Brasília, 20 de dezembro de 2011 – O plebiscito da divisão do Pará em três (mais Tapajós e Carajás), dia 11, aprovou o não, mas mostrou que os paraenses querem manter o estado com 1.247.689,515 quilômetros quadrados, do tamanho da Colômbia, e 7,6 milhões de habitantes, apenas por bairrismo; e os políticos pró-Pará, para não terem suas tetas reduzidas. Dos 4,8 milhões de eleitores, 67,93% rejeitaram a criação de Carajás, contra 32,07% que apoiaram o nascimento do novo estado; 67,36% rejeitaram a criação de Tapajós e 32,64% apoiaram a divisão. A abstenção chegou a 25,45%.
Um erro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi ter incluído os moradores do Pará remanescente, a maioria da população, no plebiscito. Foi o mesmo que consultar Portugal sobre a independência do Brasil. Cerca de 98% dos moradores do Tapajós, por exemplo, querem se separar do Pará. Também, caso o plebiscito fosse pelo sim, creio que o Congresso Nacional barraria a divisão, ou Dilma Rousseff (PTMDB), pois seria uma sangria nas tetas da Esplanada dos Ministérios.
Carajás, se fosse criado, deteria a maior província mineral do planeta, atualmente explorada pela gigantesca Vale. Como exportação de commodities extraídas do sub-solo não rende praticamente nada para os estados, mas apenas para o império, isto é, para a União, restaria aos carajaenses a industrialização metalúrgica, embora houvesse implícito na criação de Carajás grande interesse de fazendeiros, principalmente do Sul e do Centro-Oeste.
Quanto a Tapajós, culturalmente um estado autônomo, detém Belo Monte, que será a terceira maior hidrelétrica do mundo e que tem sido palco de tanto besteirol.
O Pará, mesmo, ficaria reduzido a 218 mil quilômetros quadrados, 17% do seu território.
Logo depois da apuração do plebiscito, o governador do Pará, o tucano Simão Jatene, botou a culpa do atraso do estado no pacto federativo. Em outras palavras, ele se reconheceu incompetente como gestor. Será que Simão está investindo direito em educação, em pesquisa, em industrialização? Ou está enchendo os bolsos da mídia e inchando o governo com cabide de emprego e em nepotismo?, como fez no seu governo anterior e que foi levado ao paroxismo com a deslumbrada e inacreditavelmente incompetente Ana Júlia Carepa, do PTMDB, e que está prestes a botar a boca numa tetinha no governo Dilma Rousseff?
"Existe uma distância e ausência, mas não é do governo do estado, mas do estado brasileiro. É genuíno o sentimento das pessoas, mas acho que o caminho foi equivocado. A sociedade paraense sai mais madura, mas precisamos de um pacto que nos reposicione” - disse Jatene, com o jeitão sociológico dos tucanos.
Governadores da Amazônia dormem em berço esplêndido. Têm a cultura do colonizado e não sabem entrar na mídia nacional por meio do que é bom nos seus estados. Quando se avistam com Dilma Rousseff parecem vassalos diante de uma imperatriz. Já suas bancadas no Congresso Nacional geralmente tratam dos seus próprios negócios. O povão é empurrado com cesta básica, política de “estado” que Lula alçou à estratosfera.
Novos lances nos movimentos de emancipação vão surgir, mas agora a insatisfação começou a focar a posição da capital, Belém, para onde vai boa parte da grana dos paraenses, uma fatia dela para apaniguados do governador. Já há um movimento querendo tirar de Belém a sede dos três poderes e jogá-la para perto da Terra do Meio, como foi feito com o Rio de Janeiro e Brasília.
Para um país continental como o Brasil, a vocação é a divisão política. O Pará era do tamanho da Amazônia e foi dividido aos poucos. A última porção que perdeu, em 1943, foi o atual estado do Amapá. Se o Amapá ainda fosse paraense, é provável que sua capital, Macapá, seria semelhante à cidade de Afuá, no arquipélago de Marajó, região paraense paradisíaca, mas onde crianças morrem de fome, comidas por vermes, ameba, giárdia, malária e estupradas.
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