terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Pequeno poema de Natal

Existe um jardim prenhe de rosas colombianas vermelhas, zínias multicoloridas
Jasmineiros que espargem Chanel número 5 em tórridas noites de agosto, na Amazônia,
Quando o céu é só diamantes e, de tão azul, sangra.
Escorre, nas frestas deste jardim, ouro, nas manhãs ensolaradas
E há uma mina, onde brotam as roseiras mais vermelhas
E de onde retiro rubis e esmeraldas.
No jardim, todas as manhãs são arrumadas por Deus, e são eternas.
As crianças adoram brincar entre as flores
E seus risos são o Concerto para Piano e Orquestra, em Ré Menor.
Sou o apanhador do jardim; quando a bola das crianças cai longe, na relva,
Corro para devolvê-la e continuar ouvindo-as,
Como ouço o sangue latejando nos tímpanos, o atrito da Terra no espaço,
O hálito de Deus.
O jardim é fovista como a paleta mais luminosa de Olivar Cunha
E os alimentos são doces como o sumo dos frutos mais desejados.
O cheiro de maresia
O sabor de leite materno
O azul das rosas vermelhas
Mozart
O cetim das pétalas
O voo vertiginoso no Éter
Guardo num relicário, na memória do meu coração,
Que é de vocês, Josiane e Iasmim,
Neste Natal, e para sempre.
 
Brasília, 24 de dezembro de 2012

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