Jasmineiros
que espargem Chanel número 5 em tórridas noites de agosto, na Amazônia,
Quando o céu
é só diamantes e, de tão azul, sangra.
Escorre, nas
frestas deste jardim, ouro, nas manhãs ensolaradas
E há uma
mina, onde brotam as roseiras mais vermelhas
E de onde
retiro rubis e esmeraldas.
No jardim,
todas as manhãs são arrumadas por Deus, e são eternas.
As crianças
adoram brincar entre as flores
E seus risos
são o Concerto para Piano e Orquestra, em
Ré Menor.
Sou o
apanhador do jardim; quando a bola das crianças cai longe, na relva,
Corro para devolvê-la
e continuar ouvindo-as,
Como ouço o
sangue latejando nos tímpanos, o atrito da Terra no espaço,
O hálito de
Deus.
O jardim é
fovista como a paleta mais luminosa de Olivar Cunha
E os
alimentos são doces como o sumo dos frutos mais desejados.
O cheiro de
maresia
O sabor de
leite materno
O azul das
rosas vermelhas
Mozart
O cetim das
pétalas
O voo
vertiginoso no Éter
Guardo num
relicário, na memória do meu coração,
Que é de
vocês, Josiane e Iasmim,
Neste Natal, e para sempre.
Brasília, 24 de dezembro de 2012
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