O poeta e contista José Edson dos Santos, um dos mais criativos escritores do Amapá, vive, desde 1974, em Brasília, onde leciona artes cênicas |
BRASÍLIA, 26 DE JUNHO DE 2013 – O entorno da Rodoviária do Plano Piloto, o coração de
Brasília, recende ao ácido úrico do tempo, uma espécie de sujeira que se agarra
nas paredes dos subterrâneos da alma. À noite, a praça de alimentação do
Conjunto Nacional vira a Praça do Pau Mole, onde nostálgicos choram o leite
derramado desde que o mineirinho Juscelino Kubitschek veio comer quieto em
terras goianas, atravessando os anos de chumbo da Ditadura dos Generais
(1964-1985) e os anos de roubalheira dos ladrões de colarinho branco. Assim,
chegamos à Brasília pós-moderna, de modo que a Praça do Pau Mole é uma espécie
de cemitério candango. Hoje, o bom é o Setor Hoteleiro, onde se encontra
prostitutas cinematográficas e cafés hollywoodianos.
José Edson dos Santos, Joy Edson, como gosto de chamá-lo, é
o contista da Brasília subterrânea e decadente do Conic. Os contos deste Loucura Pouca é Bobagem (Thesaurus
Editora, Brasília, 2013) são um mergulho num mundo angustiantemente drogado e
nostálgico. Neles, as personagens vivem conforme as circunstâncias; não
constroem seu destino.
Nunca acontece nada nas histórias curtas de Loucura Pouca é Bobagem, pelo menos no
que eu chamo de “o agora e o agora”. As falas, os dramas pessoais, os mergulhos
existenciais, tudo é congelado, da mesma forma que a Brasília Patrimônio
Cultural da Humanidade. Loucura Pouca é
Bobagem é como um pico de LSD. Joy Edson é o cronista desta Brasília
entorpecida, antiga, e tão atual.
Estreou com Xarda
Misturada (edição dos autores, Macapá, 1971, poesia), juntamente com José
Montoril e Ray Cunha. Em 1978, participou da antologia organizada por Salomão
Sousa, Em Canto Cerrado. Em 1980,
publicou Águagonia e Latitude Zero (edição
mimeografada por Paulo Tovar). Em 1995, lança Bolero em Noite Cinza (edição do autor, Brasília, poesia) e, em
2006, Ampulheta de Aedo (LGE/Ler
Editora, Brasília). José Edson dos Santos nasceu em Macapá, estado do Amapá, Amazônia,
e vive, desde 1974, em Brasília, onde é professor de artes cênicas. É um dos
mais talentosos escritores amapaenses.
SERVIÇO
Loucura Pouca é
Bobagem será autografado nesta Quinta Cultural T-Bone, dia 27, na 312 Norte,
a partir das 19 horas.
Dia 2 de julho, uma terça-feira, durante a Poesia no
Beijódromo – Sarau do Beijo, na Universidade de Brasília (UnB), a partir das 19
horas.
Olá, gostaria muito de entrar em contato com o escritor José Edson, sou estudante de letras da universidade do estado do Amapá, seria de grande ajudar para a minha pesquisa acadêmica.
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