BRASÍLIA, 4 DE
DEZEMBRO DE 2013 – A cidade pulsa ao calor. Há dias de vento forte, e chove.
Assim é dezembro. Lemos, nas mentes das pessoas, que depositarão novamente
todas as suas esperanças no primeiro dia do novo ano, pois isso já está
assegurado, porque a vida renasce todos os instantes, para o que precisamos
apenas ofertar rosas para a madrugada.
Dezembro traz toda a magia da vida, até para os que se julgam perdidos na noite eterna dos danados; basta ouvir o riso dos pequeninos para que surja o sol no jardim do mundo. Não importa quanto mal tenhamos praticado, quando sentimos o perdão, todas as correntes se partem e descobrimos que é fácil voar.
Dezembro traz toda a magia da vida, até para os que se julgam perdidos na noite eterna dos danados; basta ouvir o riso dos pequeninos para que surja o sol no jardim do mundo. Não importa quanto mal tenhamos praticado, quando sentimos o perdão, todas as correntes se partem e descobrimos que é fácil voar.
Abrirei meu relicário e ofertarei todas as pedras preciosas
que reuni em 59 anos, para ofertá-las; são focos de luz, que só vemos com o
coração. Pretendo ouvir mais o silêncio, para produzir esmeraldas, rubis e diamantes.
Em dezembro, brota uma flor nos olhos da mulher amada, as
manhãs são redentoras, as tardes escoam como rios amazônicos e as noites são
navios grandes e bem iluminados.
Sou o apanhador no campo de centeio. Estou aqui, de vigília;
as crianças brincam. Estou atento. Se a bola cai longe, vou apanhá-la e a
devolvo para as crianças. Se uma delas se machuca, consolo-a, e quando sentem
fome, alimento-as, e se alguma delas quer ficar triste, alegro-a, pois posso
até voar.
E assim vão-se os dias, embalados pelo azul. O Natal bate à
porta da minha alma, e virá o novo ano, num voo vertiginoso como o primeiro
beijo. As madrugadas, as noites tórridas da Amazônia, o choro dos jasmineiros, o
Atlântico, abrem-se na minha vida em veredas de zínias e rosas colombianas,
vermelhas. E isso é tudo o que eu quero.
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