Ray Cunha folheia NA BOCA DO JACARÉ-AÇU em foto
do artista plástico André Cerino. Ao fundo, acrílica
sobre tela da fase Cerrado, de Cerino
MARCELO LARROYED*
BRASÍLIA, 5 DE MARÇO DE 2014 – O
escritor amazônida radicado em Brasília, Ray Cunha, lança novo livro, Na
Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É (Ler Editora, Brasília, 153
páginas, R$ 25), quarta-feira 12, a partir das 18h30, no Sebinho, complexo de livraria, cafeteria e restaurante na 406 Norte, Bloco C,
Loja 30/72, com apoio da Preserve
Amazônia e da Proativa Comunicação.
Será servido coquetel.
O livro já está
à venda no site: www.lereditora.com.br.
Livreiros devem fazer pedidos pelo e-mail: atendimento@lereditora.com.br, ou pelo telefone: (55-61) 3362-0008, ou ainda diretamente na Ler Editora, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Quadra 3, Lote 49, Bloco
B, Loja 59 – Brasília/DF
– CEP 70610-430.
Na Boca do Jacaré-Açu enfeixa 14
histórias curtas, ambientadas em Belém, que acaba sendo personagem subjacente
no conjunto dos contos, e a quem o autor dedica o livro. Algumas histórias têm
sequências na maior feira livre da Ibero-América, o Ver-O-Peso, que aparece em
fotomontagem na capa desta edição, bem como no Marajó, “maior ilha
flúvio-marítima do planeta, ao sul do estuário do rio Amazonas, o maior do
mundo, único com estuário e delta, e que despeja por segundo pelo menos 200 mil
metros cúbicos de água e húmus no Atlântico, tornando as costas do Amapá e do
Pará as mais piscosas da Terra, apesar do que a Amazônia Azul setentrional é a
menos estudada pela academia e a mais mal guardada pelo estado brasileiro” –
comenta Ray Cunha.
“O conto que dá
título ao livro, Na Boca do Jacaré-Açu,
é o mergulho suicida do arqueólogo Agostinho Castro nos abismos do Mundo das
Águas, a confluência dos rios Amazonas, Pará, Tocantins e Guamá, e o oceano
Atlântico, abocanhando o arquipélago de Marajó, mais de mil ilhas, a maior
delas do tamanho de Portugal. Jacaré-açu é o grande réptil amazônico, só
perdendo para a sucuri, e que atinge mais de 6 metros de comprimento e meia
tonelada de peso; no conto Na Boca do
Jacaré-Açu, representa a morte, na pessoa do pai de Agostinho, Castro e
Castro” – adianta o escritor.
Na Boca do Jacaré-Açu é o segundo volume
de contos que se encaixam no contexto do subtítulo do livro: A Amazônia Como Ela É. No primeiro
volume, Trópico Úmido – Três Contos
Amazônicos (edição do autor, Brasília, 116 páginas), a Amazônia é também a
base da ficção de Ray Cunha; tanto a Hileia quanto as metrópoles da selva estão
presentes nas histórias. “Isto é a Amazônia” – comentou, ao ler Trópico Úmido, o coronel Gelio
Fregapani, um dos intelectuais que mais conhecem geopolítica do Trópico Úmido,
mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva, fundador e comandante do
Centro de Instrução de Guerra na Selva e autor, entre outros títulos, de Amazônia - A Grande Cobiça Internacional
(Thesaurus Editora, Brasília, 2000, 166 páginas).
“Sou caboco de
Macapá, cidade da Amazônia Caribenha que tremeluz na Linha Imaginária do
Equador e se debruça no estuário do Amazonas, a cerca de 200 quilômetros da
boca do maior rio do planeta, quando o Mar Doce penetra fundamente o Atlântico,
fertilizando-o até o Caribe” – define-se Ray Cunha, que mora em Brasília, onde
é correspondente do Portal do Holanda
(o mais lido da Amazônia e vigésimo do país, segundo o último ranking entre os
sites auditados pelo Instituto de Verificação de Circulação – IVC) e estuda
Medicina Tradicional Chinesa na Escola Nacional de Acupuntura (ENAc).
SEGUE-SE BREVE ENTREVISTA – Como e por que
você escolheu o título Na Boca do Jacaré-Açu?
Trata-se
da história que dá título ao livro. Jacaré-açu é o grande réptil amazônico, que
atinge mais de 6 metros de comprimento e meia tonelada de peso. No caso do
conto, que se passa em Belém e na ilha de Marajó, representa a simbologia da
morte. A personagem central da novela, o arqueólogo Agostinho Castro, é filho
de um homem forte, dominador e suicida, Castro e Castro, que o leva à boca do
jacaré-açu.
Em
que período você escreveu os contos que compõem a obra?
Todos
eles foram produzidos nos anos 1980/1990. Alguns já foram publicados; outros,
são inéditos.
Os
contos têm alguma ligação, um fio temático que os una e justifique, formando
uma obra única?
Sim.
Todas as histórias são ambientadas em Belém do Pará, a quem eu dedico o livro;
algumas delas têm sequências no Ver-O-Peso, a maior feira livre da
Ibero-América. O conto que dá título ao livro, Na Boca do Jacaré-Açu, como já disse, é também ambientado no
Marajó, a maior ilha flúvio-marítima do planeta, situada no que eu chamo Mundo
das Águas, especialmente o Amazonas, o maior rio do planeta, e que despeja no
Atlântico pelo menos 200 mil metros cúbicos de água por segundo.
Quais
escritores influenciaram sua obra e em quê?
Os
escritores que me influenciaram – alguns ainda me influenciam – são muitos, mas
há os mais importantes, os que abrem a porta para outras dimensões, como
Antoine de Saint-Exupéry, Ernest Hemingway, Gabriel García Márquez, Mario Vargas
Llosa, William Faulkner, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha,
e, no caso da Amazônia, Benedicto Monteiro, o mago de Verde Vagomundo. Todos eles me ensinaram, e continuam ensinando,
coisas simples, mas fundamentais, como, por exemplo, enxergar uma rosa nua,
extrair gemidos femininos das palavras, montar a luz, mergulhar como leão de
asas, ver com o coração e garimpar rubis verdes.
Seus
livros têm elementos autobiográficos? Quais?
Tudo
o que fazemos é autobiográfico, o que não quer dizer que os livros que
escrevemos são autobiográficos. Trata-se de um paradoxo, estou ciente disso. O
que fazemos é autobiográfico porque o fazemos; contudo, a realidade carnal não
existe, porque é limitada por altura, largura, espessura, gravidade e tempo. Só
existe, permanentemente, a realidade absoluta, Deus. Assim, as autobiografias
são romanticamente heroicas e jornalismo, às vezes, é mentira pura. Nesse
aspecto, quando se fala em ficção verdadeira é porque o autor deu à luz.
Deixando a filosofia de lado, há muitos elementos autobiográficos no meu
trabalho, especialmente cidades, como Belém, Macapá, Manaus e Rio de Janeiro.
E os
personagens dos contos? Foram baseados em pessoas conhecidas ou são criações da
imaginação do escritor Ray Cunha?
Há
personagens que nascem prontas; outras, são retalhos de várias pessoas;
algumas, ainda, apresentam-se em sonhos e por meio de sons e visões.
Explique
uma de suas marcas como escritor: a repetição, em diferentes obras, de
elementos emblemáticos, como Chanel nº 5 e a personagem Frênia.
Tu
bem o disseste: emblemáticos. Chanel 5 simboliza, para mim, sensualidade; o
Caribe; noites tórridas, encharcadas de jasmim, em Macapá; maresia; o azul, tão
azul que sangra; o perfume das virgens ruivas; rosas nuas; o primeiro beijo;
colostro; negra em vestido de seda; mulher na chuva; espilantol. Daí porque são
elementos recorrentes no meu trabalho de criação. Mais de uma pessoa querida já
me alertou para o que lhes parece falta de criatividade. Mas certos elementos
na escrita de um autor são como fases na produção de um pintor: passam. Quanto
à Frênia, trata-se de um nome feminino danado de sensual; remete-me a frêmito,
frenesi, frenética. Frênia soa como a uma certa noite em que nos dedicamos e
mergulhar o mais fundo possível na mulher mais sensual do mundo; ela é
lindíssima porque a desejamos, e está na nossa frente, nua.
SERVIÇO
Lançamento
do livro Na Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É
Onde: Sebinho,
na 406 Norte, Bloco C, Loja 30/72
Quando:
Quarta-feira 12 de março
Horário:
A partir das 18h30
Será servido coquetel
Apoio:
Preserve Amazônia e Proativa Comunicação
Contato de Ray Cunha: raycunha@gmail.com
*MARCELO LARROYED é mestre em língua portuguesa e escritor
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quarta-feira, 5 de março de 2014
RAY CUNHA LANÇA NA BOCA DO JACARÉ-AÇU – A AMAZÔNIA COMO ELA É, NESTA QUARTA-FEIRA 12, NO SEBINHO
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