Ray Cunha: NA BOCA DO JACARÉ-AÇU,
mais um round que chega ao fim
MARCELO LARROYED*
BRASÍLIA, 8 DE MARÇO DE 2014 – O
escritor e jornalista amazônida radicado em Brasília, Ray Cunha, lança novo
livro, Na Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É (Ler Editora,
Brasília, 153 páginas, R$ 25), quarta-feira 12, a partir das 18h30, no Sebinho, complexo de livraria, cafeteria e restaurante na 406 Norte, Bloco C,
Loja 30/72, com apoio da Preserve Amazônia e da Proativa Comunicação. Será servido coquetel. O livro já está à
venda no site: www.lereditora.com.br.
Livreiros devem fazer pedidos pelo e-mail: atendimento@lereditora.com.br, ou pelo telefone: (55-61) 3362-0008, ou ainda na Ler Editora, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Quadra 3, Lote 49, Bloco B, Loja
59 – Brasília/DF –
CEP 70610-430.
Na Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É; Trópico Úmido – Três Contos Amazônicos (edição
do autor, Brasília, 116 páginas, R$ 30); e O
Casulo Exposto (LGE/LER Editora, Brasília, 153 páginas, R$ 28) serão
autografados também na Bienal Brasil do Livro e da Leitura, de 12 a 21 de
abril, em Brasília, no stand do Chico Livreiro, quando Ray Cunha apresentará
conto vivo. Os três livros serão autografados ainda em Manaus, em data a ser
definida. Correspondente em Brasília do Portaldo Holanda (o mais lido da Amazônia e o vigésimo do país, entre os portais
de notícias auditados pelo Instituto Verificador de Circulação – IVC), Ray
Cunha começou a carreira jornalística em Manaus, onde trabalhou no Jornal do Commercio, no extinto A Notícia e em A Crítica, na década de 1970.
Na Boca do Jacaré-Açu enfeixa 14
histórias curtas, ambientadas em Belém, o Portal da Amazônia, que perpassa
todos os contos e acaba sendo personagem subjacente, a quem o autor dedica o
livro. Algumas histórias têm sequências no Ver-O-Peso, maior feira livre da
Ibero-América, que aparece em fotomontagem na capa desta edição, bem como no
Marajó, “maior ilha flúvio-marítima do planeta, ao sul do estuário do rio
Amazonas, o maior do mundo e único com estuário e delta, e que despeja por
segundo pelo menos 200 mil metros cúbicos de água e húmus no Atlântico,
tornando as costas do Amapá e do Pará as mais piscosas da Terra; apesar disso, a
Amazônia Azul setentrional é a menos estudada pela academia e a mais mal
guardada pelo estado brasileiro” – comenta Ray Cunha.
“O conto que
dá título ao livro, Na Boca do Jacaré-Açu,
é o mergulho suicida do arqueólogo Agostinho Castro nos abismos do Mundo das
Águas, a confluência dos rios Amazonas, Pará, Tocantins e Guamá, e o oceano
Atlântico, abocanhando o arquipélago de Marajó, mais de mil ilhas, a maior
delas do tamanho de Portugal. Jacaré-açu é o grande monstro amazônico; atinge
mais de 6 metros de comprimento e meia tonelada de peso; no conto Na Boca do Jacaré-Açu representa a morte,
na pessoa do pai de Agostinho, Castro e Castro” – adianta o escritor.
AMAZÔNIA – Na Boca do Jacaré-Açu integra uma trilogia de contos com tema
comum: A Amazônia Como Ela É,
subtítulo do livro Na Boca do Jacaré-Açu.
A edição do primeiro volume da trilogia, A
Grande Farra (Brasília, 1992), está esgotada. Trópico Úmido – Três Contos Amazônicos (Brasília, 2000) é o segundo
volume da trilogia, que se fecha com Na
Boca do Jacaré-Açu. A Amazônia é a base da ficção de Ray Cunha; tanto a
Hileia quanto as metrópoles da selva estão presentes nos seus contos. “Isto é a
Amazônia” – comentou, ao ler Trópico
Úmido, o coronel Gelio Fregapani, mentor da Doutrina Brasileira de Guerra
na Selva, fundador e comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva, um
dos intelectuais que mais conhecem geopolítica do Trópico Úmido, autor, entre
outros títulos, de Amazônia - A Grande
Cobiça Internacional (Thesaurus Editora, Brasília, 2000, 166 páginas).
“Sou caboco de
Macapá, cidade da Amazônia Caribenha que tremeluz na Linha Imaginária do
Equador e se debruça no estuário do Amazonas, a cerca de 200 quilômetros da
boca do maior rio do planeta, quando o Mar Doce penetra fundamente o Atlântico,
fertilizando-o até o Caribe” – diz Ray Cunha, utilizando a corruptela “caboco”.
Além de ser caboclo, Ray Cunha trabalhou como repórter nos maiores jornais da
Amazônia. Além do Jornal do Commercio,
A Notícia e A Crítica, de Manaus, trabalhou em O Liberal, Diário do Pará
e no extinto O Estado do Pará, em
Belém; e no extinto A Gazeta do Acre,
além de colaborar com o Varadouro,
ambos editados pelo jornalista Elson Martins, em Rio Branco. Em Brasília, onde
vive desde 1987, assinou, durante quatro anos, a coluna Enfoque Amazônico no portal ABC Politiko.
Ray Cunha é ainda autor do romance A
Casa Amarela e da novela A Caça,
pela Editora Cejup, de Belém; e do volume de poemas Sob o Céu Nas Nuvens (Belém, 1982). Estreou com a coletânea de
poemas Xarda Misturada (Macapá,
1971), juntamente com José Edson dos Santos e José Montoril. Para
o jornalista e escritor Maurício Melo Júnior, que apresenta o programa Leituras
na TV Senado, o escritor amapaense representa a moderna literatura
amazônica, “temperada em um bom caldo de tucupi”.
Segue-se curta
entrevista com o autor de Na Boca do
Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É.
Como e por que você escolheu o título Na Boca do Jacaré-Açu?
Trata-se da história que dá título ao livro. Jacaré-açu é o grande
réptil amazônico, que atinge mais de 6 metros de comprimento e meia tonelada de
peso. No caso do conto, que se passa em Belém e na ilha de Marajó, representa a
simbologia da morte. A personagem central da novela, o arqueólogo Agostinho
Castro, é filho de um homem forte, dominador e suicida, Castro e Castro, que o
leva à boca do jacaré-açu.
Em que período você escreveu os contos que compõem a obra?
Todos eles foram produzidos nos anos 1980/1990. Alguns já foram
publicados; outros são inéditos.
Os contos têm alguma ligação, um fio temático que os una e justifique,
formando uma obra única?
Sim. Todas as histórias são ambientadas em Belém, conhecida como Cidade
das Mangueiras, Cidade Morena, Portal da Amazônia, a quem dedico o livro;
algumas histórias contêm sequências no Ver-O-Peso, a maior feira livre da
Ibero-América. O conto que dá título ao livro, Na Boca do Jacaré-Açu, como já disse, é também ambientado no
Marajó, a maior ilha flúvio-marítima do planeta, situada no que eu chamo Mundo
das Águas, especialmente o Amazonas, o maior rio do mundo, e que despeja no
Atlântico pelo menos 200 mil metros cúbicos de água por segundo.
Quais escritores influenciaram sua obra e em quê?
Os escritores que me influenciaram – alguns ainda me influenciam – são
muitos, mas há os mais importantes, os que abrem a porta para outras dimensões,
como Antoine de Saint-Exupéry, Ernest Hemingway, Gabriel García Márquez, Mario
Vargas Llosa, William Faulkner, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Euclides da
Cunha, e, no caso da Amazônia, Benedicto Monteiro, o mago de Verde Vagomundo. Todos eles me
ensinaram, e continuam ensinando, coisas simples, mas fundamentais, como, por
exemplo, enxergar uma rosa nua, extrair gemidos femininos das palavras, montar
a luz, mergulhar como leão de asas, ver com o coração e garimpar rubis verdes.
Seus livros têm elementos autobiográficos? Quais?
Tudo o que fazemos é autobiográfico, o que não quer dizer que os livros
que escrevemos são autobiográficos. Trata-se de um paradoxo, estou ciente
disso. O que fazemos é autobiográfico porque o fazemos; contudo, a realidade
carnal não existe, porque é limitada por altura, largura, espessura, gravidade
e tempo. Só existe, permanentemente, a realidade absoluta, Deus. Assim, as
autobiografias são romanticamente heroicas, e, jornalismo, às vezes, é mentira
pura. Nesse aspecto, quando se fala em ficção verdadeira é porque o autor deu à
luz. Deixando a filosofia de lado, há muitos elementos autobiográficos no meu
trabalho, especialmente cidades, como Belém, Macapá, Manaus e Rio de Janeiro.
E os personagens dos contos? Foram baseados em pessoas conhecidas ou são
criações da imaginação do escritor Ray Cunha?
Há personagens que nascem prontas; outras, são retalhos de várias
pessoas; algumas, ainda, apresentam-se em sonhos e por meio de sons e visões.
Explique uma de suas marcas como escritor: a repetição, em diferentes
obras, de elementos emblemáticos, como Chanel nº 5 e a personagem Frênia.
Tu bem o disseste: emblemáticos. Chanel 5 simboliza, para mim,
sensualidade; o Caribe; noites tórridas, encharcadas de jasmim, em Macapá;
maresia; o azul, tão azul que sangra; o perfume das virgens ruivas; rosas nuas;
o primeiro beijo; colostro; negra em vestido de seda; mulher na chuva;
espilantol. Daí porque são elementos recorrentes no meu trabalho de criação.
Mais de uma pessoa querida já me alertou para o que lhes parece falta de
criatividade. Mas certos elementos na escrita de um autor são como fases na
produção de um pintor: passam. Quanto à Frênia, trata-se de um nome feminino
danado de sensual; remete-me a frêmito, frenesi, frenética. Frênia soa como certa
noite em que nos dedicamos a mergulhar o mais fundo possível na mulher mais
sensual do mundo; ela é lindíssima porque a desejamos, e está na nossa frente,
nua.
*MARCELO LARROYED é escritor
e mestre em língua portuguesa, revisor do trabalho de Ray Cunha
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sábado, 8 de março de 2014
RAY CUNHA LANÇA NOVO LIVRO NESTA QUARTA-FEIRA NO SEBINHO: NA BOCA DO JACARÉ-AÇU – A AMAZÔNIA COMO ELA É
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