quinta-feira, 5 de junho de 2014

ROSAS PARA A MADRUGADA

Por que escreves? – pergunta-me o jornalista
– Para viver – respondo
Pois só com as palavras desnudo a luz
E voo até o fim do mundo
Por isso, escrevo granadas intensas como buracos negros
E garimpo o verbo como o primeiro beijo
Escrevo porque escrever traz aos meus sentidos
Cheiro de maresia
Dom Pérignon, safra de 1954
O labirinto do púbis no abismo do acme
Mulher nua como rosa vermelha desabrochando

Brasília, 5 de junho de 2014

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