Em movimento
imperceptível, como estrelas nascendo,
Pouso o
olhar nas penugens do teu corpo.
Durante
muito tempo meu olhar permanece imóvel,
E agora é
navalha te lambendo.
Avião
rasgando o azul do céu de agosto da Amazônia,
Que, de tão
azul, sangra.
Ainda te
agarrando com as tenazes do meu olhar
Começo a
imaginar meu falo na tua boca,
Esguichando
morno suco, que bebes avidamente.
Então a fera
faminta e enjaulada fenece, arquejante, até ressuscitar,
Como erupção
de desejos.
Mas isso é
só no olhar, porque vou tirar-te a vida com minhas mãos ensandecidas
E devolvê-la
com mais fogo ainda.
Por ora, o
olhar desliza no dorso imobilizado, suplicante.
Tu pareces
adormecida, mas estás atenta, à beira da explosão,
À espera da
minha língua, das mãos que te pegam suavemente.
Tu suplicas
ação, mas meu olhar te lambe pacientemente,
Até deixar
tua pele penugenta úmida de saliva.
Meu olhar é
como uma boca.
Meu olhar
estaciona no teu olhar.
Teu olhar é
sorridente e meigo, mulher amada.
Meus olhos
sugam teus seios como bebê faminto.
Tentas
pegar-me. Mas ainda não deixo.
Deslizo pelo
teu ventre, vagarosamente,
Até o tufo
de pelos, que sugo avidamente,
À porta que
se abre para meu olhar latejante.
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