BRASÍLIA, 19 DE SETEMBRO DE 2019 – Saí, sábado passado, para bater perna. Fui à Cultura do CasaPark, a grande livraria de Brasília. O resto, são tudo lojas médias, metade papelaria, e todas elas com sistema de som só com canções populares em inglês que não dá para aguentar nem meia hora: só gritos e gemidos. Namorei os livros de sempre, até poder comprar todos eles e ler até ficar com ressaca. Depois, peguei o metrô e fui para o centro da cidade, e atentei para uma coisa que já vinha percebendo há tempo: cada vez mais bancas de revistas são transformadas em lanchonetes.
Na banca da Rodoviária os
jornalões apresentavam as mesmas manchetes desde novembro de 2018: contra
Bolsonaro. O capitão não dá a mínima. Ele ganhou as eleições utilizando mídia
pós-moderna. Hoje, quando os esquerdopatas publicam manchetes com o intuito de
desestabilizar Bolsonaro, imediatamente milhões de eleitores se manifestam e mostram
por A mais B que a grita dos jornalões não passa de viúvas dos cofres públicos
carpindo.
Sempre que vou ao Conjunto
Nacional, paro, antes, na banca da Rodoviária, para ler a manchete dos
jornalões; eles estão cada vez mais magros. Acredito que os jovens de hoje não
sabem nem o que é jornal impresso. Hoje, todo mundo é jornalista na internet.
Jornalistas profissionais geralmente comem em balcões de negócios ou na mão dos
políticos.
Assim como o jornalismo mudou,
também a preferência dos leitores mudou, e não me refiro, aqui, à questão
tecnológica. As novas gerações não querem saber dos clássicos. Preferem Dan
Brown, ou Stieg Larsson. Quanto a mim, prefiro ouvir notícias no YouTube, e
Stieg Larsson, precisamente A Menina que
Brincava com Fogo, no sofá de casa, levantando-me, de vez em quando, para beber
água, ou mordiscar alguma coisa.
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