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BRASÍLIA, 1 DE ABRIL
DE 2020 – O Sudoeste é um bairro de Brasília situado entre o Parque da
Cidade, ao sul, e o Eixo Monumental, ao norte, o Cruzeiro Velho e Novo e a
Octogonal a oeste e o Setor Gráfico a leste. É onde a noite fervilha. Nestes
tempos de corona, o silêncio se abateu na região, a favorita de altos
funcionários dos três poderes, empresários e jornalistas (pela proximidade
geográfica do poder?), que, de quarentena, pedem por telefone comida e produtos
vendidos em supermercados e farmácias.
Aos poucos, o bairro desperta. Hoje, como ontem, o sol se
impôs, bom para um banho de raios ultravioletas de 20 minutos, para ativar
vitamina D. Ouço sons de operários trabalhando e já vi mulheres, crianças e
cachorros passeando na pracinha defronte ao prédio onde moro. Outro dia, vi um
vendedor de pamonha. Quanto à caçamba que recolhe o lixo, nunca deixou de
passar. À noite, jamais vi tantas estrelas em Brasília, porque a frota de
carros nas ruas caiu 70 por cento.
Enquanto os cientistas não criam vacina contra o covide-19, vem-se
utilizando hidroxicloroquina. A cloroquina foi descoberta em 1934, por Hans
Andersag, da Bayer. Normalmente usada contra malária, hidroxicloroquina é também
aplicada, ocasionalmente, contra algumas doenças autoimunes, como artrite
reumatoide e lúpus eritematoso, além de abcesso de fígado por amebíase.
A ingestão de cloroquina provoca efeitos adversos, como
náusea, vômito, dores abdominais, diarreia, dor de cabeça, tornozelos e pernas
inchados, dificuldade para respirar, palidez, fraqueza muscular, sangramentos, surdez,
visão turva, confusão mental e, mais raramente, problemas cardiovasculares. Mas
a droga é excretada pelos rins.
Em janeiro passado, pesquisadores chineses realizaram um
teste experimental com cloroquina, em combinação com remdesivir e
lopinavir/ritonavir, conseguindo inibir o vírus que causa o covid-19. Em
relatório, o Departamento de Ciências e Tecnologia da Província de Guandong informou
que o fosfato de cloroquina “aumenta o índice de tratamento e diminuí o tempo
do paciente no hospital”. A cloroquina já foi recomendada por entidades de
saúde chinesas, sul-coreanas e italianas para o tratamento do covid-19, com
recomendações de contraindicação para pessoas que apresentam problemas
cardíacos ou diabetes.
Em fevereiro, estudos indicaram que a hidroxicloroquina é
mais potente do que a cloroquina, e com mais tolerância, “melhorando as funções
dos pulmões, promovendo uma ação negativa contra o vírus e diminuindo o tempo
de duplicação da doença”. A Food and Drug Administration (FDA) aprovou
emergencialmente uso de cloroquina e de hidroxicloroquina nos Estados Unidos;
no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro também vem incentivando o uso da droga
contra o covid-19.
Enquanto o surto do vírus não desaparece, e vai desaparecer,
bolivarianos, incluindo jornalistas acossados por outra ordem de quarentena, a do
balcão de negócios, arremetem contra Bolsonaro, que, como já se sabe, não foi
eleito para distribuir flores, mas para entrar com os dois pés no covil dos
corruptos.
Nos lares, alguns gozam de paz, e casais felizes aproveitam
para as viagens interiores que vêm adiando. Em outros lares, desaba o inferno.
Em muitos, há fartura de comida; em muitos mais, a morte pela fome ronda cada
vez mais próxima.
Talvez seja esta a batalha decisiva entre os magos negros e
os anjos de luz, e só há um de dois resultados: ou o Brasil, a pátria do
Cruzeiro, fenecerá, sugado pelos gafanhotos bolivarianos, ou entraremos em
longo período de luz, amor, paz e prosperidade.
Com a Wikipédia
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