RAY CUNHA
BRASÍLIA, 21 DE MARÇO DE 2021 – O outono está lá fora. As noites são frias e os dias nublados, e não há estudantes nas ruas; sumiram, quando a morte veio da China. Além do vírus fatal há sombras rondando os lares; miasma do comunismo.
Ando pelo apartamento, aliso a lombada dos livros na estante, olho pela janela e vejo na pracinha defronte ao meu bloco alguém de máscara e conduzindo dois cachorros, daqueles que parecem tapurus, e logo desaparecem. A manhã volta ao silêncio e à solidão. O mundo deixou de ser colorido e ruidoso.
Os viciados em bacanais na teta da burra fazem tudo para manietar o presidente e o comerem vivo. As hienas e os urubus rasgam o ventre da democracia e puxam as vísceras, enquanto a presa estrebucha.
A democracia é como um animal herbívoro, que, em vez de dentes afiados e garras, contam com cascos. As hienas e os urubus estão sempre com fome; as bactérias que vivem neles devoram rapidamente tudo o que lhes cai no papo; mordem os herbívoros com fúria, rasgando-os do ânus ao umbigo, engolindo instantaneamente seus intestinos.
As hienas e os urubus são comunistas. Quando o bando come não fica sequer ossos. Aos líderes das hienas e dos urubus cabe ficar com os trilhões de reais roubados; aos demais é atirado pão com mortadela.
A quarentena já se estende por mais de um ano, e durará muito, ainda. Com o povo preso em casa fica ainda mais fácil assaltar a verba da Saúde. Assim, ao dar o bote, os jacarés e as sucuris não erram a bocada, como em Cuba, onde prostituíram tudo, e na Venezuela, onde se mata na rua, de dia, à vontade.
De modo que vírus e o comunismo vão prosperando, até, como na União Soviética, explodirem Deus, e, na China, a indústria de órgãos dos prisioneiros crescer pelo menos 10% ao ano. Há tanto horror nisso tudo que me pergunto por quanto tempo as hienas e os urubus terão que vagar no umbral e reencarnar.
Não sabem que há luz nas rosas nem perfume nos jasmineiros,
e que o riso das crianças levam diretamente a Deus. Isso, os comunistas não podem
tirar de mim, por mais que me mordam durante todo o outono.
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