quinta-feira, 6 de maio de 2021

Como desenvolver a mediunidade na acupuntura

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 6 DE MAIO DE 2021 – A maioria dos pacientes que atendo todos os meses, quase nunca menos de 20, é de pessoas com mais de 60 anos, geralmente mulheres, muitas delas ansiosas, com fibromialgia, insônia, sobrepeso, presas ao passado e com sentimento de culpa pelo que fizeram e não fizeram. 

Em Medicina Tradicional Chinesa são diagnosticadas basicamente com afundamento do Qi do baço e fogo de fígado invadindo coração e pulmões. Isso quer dizer o seguinte: energeticamente, o baço é o órgão que produz e tonifica o sangue, governa e dá tônus aos músculos e nos eleva, inclusive psicologicamente, e Qi é a energia básica da vida. Quando ele afunda no baço é sinal que a morte se aproxima. 

O elemento do fígado é madeira. Quando a madeira pega fogo, devido à raiva em que se tornou a vida do paciente e à quantidade de medicamentos que está ingerindo por dia, e atinge o coração, de elemento fogo, a pessoa entra em colapso nervoso, e quando atinge os pulmões, de elemento metal, e o metal derrete, entra em colapso total. 

O terapeuta, então, por meio da acupuntura, moxa, massagens, fitoterapia e alimentação terapêutica, procura reequilibrar as energias Yin e Yang naquele corpo. É aí que entra a mediunidade, ou sensibilidade, que é considerar os corpos sutis do paciente. 

Procuro explicar, a cada um, o que é a mente e como episódios do passado podem segurar e impedir a evolução. Geralmente, o fogo do fígado é gerado por um poço de ressentimentos. 

Atendi um caso, por exemplo, de uma senhora que parecia um monte de lamentos e gemidos na maca, e que, segundo ela, não nutria atrito mental com ninguém. Conversando com ela, aos poucos ela foi desfiando um rosário de horror, sofrimento imposto pelo seu pai e depois pelo seu marido. 

Instruí-a sobre práticas de perdão e de gratidão, e de amor próprio. Ela compreendeu e já saiu do ambulatório aliviada. Tonifiquei seu baço, fi-la relaxar e abri os poros da sua mente, conectando-a à sua natureza espiritual. 

Todos nós somos médiuns. É claro que sim, pois somos seres espirituais. A percepção do mundo espiritual é algo que adquirimos. É só querer. Principalmente querer fazer o bem, amar o próximo. 

A rigor, mediunidade é uma ponte entre humanos encarnados e espíritos desencarnados; ponte que pode ser percorrida de diversas formas. A mediunidade sempre esteve presente ao longo da História, mas só a partir do século XIX é que começou a ser objeto de investigação científica. 

Há desde sensitivos, como eu – capaz de perceber a vibração de corpos sutis, como os corpos astral, das emoções, e etéreo, dos cinco sentidos –, até médiuns que fazem viagens astrais, como o astrofísico brasileiro Laércio Fonseca. O corpo físico é mera roupa, escafandro para que o espírito possa se materializar na sufocante atmosfera terrestre. 

Como, por exemplo, André Luiz, por meio de Chico Xavier, forneceu informações complexas e corretas sobre a fisiologia da glândula pineal 60 anos antes de a ciência as confirmarem? Chico Xavier tinha baixa escolaridade. 

Pessoas conversando sozinhas estariam sozinhas mesmo? Ou conversam com encostos? A mecânica é simples. No ambiente de prostíbulos, por exemplo, é fácil sentir-se uma atmosfera carregada, pois a vibração de espíritos que vagam no Umbral, loucos por uma gota de álcool e um pouco de sexo, obsedam os convivas. 

Da mesma forma, quando o terapeuta estuda, pesquisa, para servir ao próximo com amor e dedicação, seus mentores espirituais entram em sintonia com ele e a luz de Deus o conduz. 

Lembro de certa vez, no voluntariado do Centro Espírita André Luiz (Ceal), no Guará I, que um médium do centro, ali se tratando em acupuntura, comentou:

– Aqui, hoje, está cheio de homens altos, de dois metros de altura, vestidos com jalecos brancos, orientando vocês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário