sábado, 5 de março de 2022

2022 é o ano do resgate das nossas esperanças

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 5 DE MARÇO DE 2022 – Meus amigos partiram. Alguns, para o mundo espiritual; outros, da juventude, permanecem fiéis a Karl Marx. Houve, inclusive, um, que, depois de ler artigo meu referindo-me a Lula como aborto de ditador enjaulado, pôs fim a uma estupenda amizade. E há os que simplesmente se perderam de mim nas dobras do tempo.

Mas continuo rico, paparicado pelos meus amores, e na minha estante encontro todo o planeta, e amigos eternos, como Ernest Hemingway, Antoine de Saint-Exupéry, Gabriel García Márquez e Masaharu Taniguchi. Tenho também novos amigos, que estão me levando para conhecer a Via Láctea, como Laércio Fonseca e Jorge Bessa.

Além da família, da estante e dos amigos que vivem no meu coração, tenho as madrugadas, jasmineiros e rosas, que são eternas, e o mar, o azul, o Sudoeste e o Rio de Janeiro. Às vezes, Mozart toca ao piano o som da Terra no espaço. E quando escrevo um poema, o terremoto do primeiro beijo se instala em mim durante vários dias.

O amigo com quem eu conversava durante horas sobre livros e escritores foi para Cuba, e eu voltei a conversar, com vivos e mortos, nos livros e ao computador. Já não leio mais a grande mídia, pois perdi o apetite por ela, porque o PT a corrompeu.

O século 20 ficou realmente para trás. Com a invenção da web, os políticos não conseguem mais roubar leite materno e matar bebês nas maternidades nem crianças nas escolas, em escala industrial, pois a população toda agora é de jornalistas, e suas redações são a internet.

Desde 1 de janeiro de 2019, os assassinos, ladrões, assaltantes, estupradores, traficantes, escravocratas, corruptos em geral, estão furiosos, especialmente os supremos, mergulhados numa bacanal nos seus palácios, dentro dos seus automóveis de vidraças negras, nas suas amplas casas e apartamentos.

Ficaram para trás honoráveis bandidos, carcaças carcomidas pelas larvas da corrupção, os beiços macilentos agarrados, numa bocada, nas tetas da burra. Macapá/AP, minha cidade natal, ainda não saiu do século passado; continua sobre fossas sépticas e com falta de água tratada, embora durma à margem do maior rio do mundo, o Amazonas.

Macapá não tem rede de esgoto porque seus prefeitos, e os governadores do Amapá, estão, e estiveram sempre, preocupadíssimos com mordomias, diárias, cabides de emprego e verbas federais.

Os novos tempos vieram para ficar. Em 2018, vimos Lula, essa hiena velha, ser enjaulado para sempre, porque ninguém, por mais trevoso que seja, poderá, jamais, soltá-lo da prisão moral onde foi jogado. A boca do abismo se escancarou tragando as cinzas das hienas. 2022 é o ano do resgate das nossas esperanças.

A ciência começa a descobrir que nós, humanos, somos seres espirituais, que o corpo é somente uma experiência material necessária para evoluirmos para a sabedoria e ascendermos, e que a matéria não existe de fato, pois tudo muda, de um momento para outro. Nascemos, tornamo-nos criaturas magníficas, perdemos energia, ficamos igual maracujá de gaveta e desaparecemos fisicamente.

O passado não existe, nem o futuro. Somos eternos agora, fortes como as rosas de nióbio, intensos como o perfume dos jasmineiros de Macapá, em julho, serenos como o porto seguro que é a mulher amada, como o som do apartamento de madrugada, uma xícara de café Três Corações, gourmet, às 5 horas da manhã, buraco negro vertendo azul quântico.

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