RAY CUNHA
BRASÍLIA, 24 DE MARÇO DE 2022 – O Imperador Amarelo, que governou a China de 2697 a.C. a 2597 a.C., ancestral de todos os chineses da etnia Han, escreveu o livro fundamental da Medicina Tradicional Chinesa, o Nei Jing, O Clássico do Imperador Amarelo, na verdade dois livros, de 81 capítulos cada um: Su Wen, Tratado de Medicina Interna, e Ling Shu, O Pivô Maravilhoso. No Nei Jing, o Imperador Amarelo diz que os meridianos de Acupuntura estão no corpo etéreo.
Isso significa dizer que, além da Medicina Ocidental, alopática, baseada em tratamentos químicos e intervenções cirúrgica dos órgãos, existe a possibilidade de tratamento em um nível sutil da matéria. Enquanto a Medicina Alopática trabalha o plano físico, a Medicina Vibracional age no plano energético. Mas ambas são complementares, pois, na definição da Física Quântica, “tudo é energia”.
Na Medicina Tradicional Chinesa, a energia primordial é chamada de Chi (ti), do mandarim, que significa ar, respiração. Einstein a chamou de campo. O Qi criou e permeia o Universo. Na matéria, que é energia condensada, ou energia em alta vibração, o Qi se manifesta em duas vertentes: Yin e Yang, que se complementam.
As doenças começam no corpo astral, causadas por emoções
destrutivas, que contaminam o corpo etéreo e se refletem no corpo físico em forma de desequilíbrios
e bloqueios no movimento da energia vital nos meridianos de acupuntura, adoecendo
os vários órgãos e vísceras. A Medicina Tradicional Chinesa procura ajustar a
circulação do Qi no corpo por meio da acupuntura, da moxabustão, da fitoterapia,
da massagem Tui Na e da alimentação energética.
Os chineses descobriram que além dos sistemas cardiovascular e linfático há uma teia de meridianos corporais, ou de acupontos, um delgado sistema tubular, nos quais circula a energia vital. Até o século 19, supunha-se que esses meridianos eram imaginários, mas nos anos de 1960, o cientista coreano Kim Bong Han injetou isótopo de fósforo em um acuponto e observou a absorção da substância pelo organismo, por meio de microrradiografia. Resultado: o isótopo percorreu o clássico traçado daquele meridiano.
Experiências semelhantes foram realizadas por outros cientistas, como os franceses Jean-Claude Darras e Pierre de Vernejoul, e os norte-americanos James Hurtak e Roberto Becker. O resultado foi o mesmo obtido por Kim Bong Han.
As doenças podem ser detectadas na aura, o campo energético ou
campo dos corpos sutis das pessoas, por médiuns ou pelo uso da fotografia
Kirlian, ensina o médico norte-americano Richard Gerber, autor de Medicina
Vibracional – Uma medicina para o futuro (Cultrix, 1992, Vibrational
Medicine, Bear and Company, 1988).
Um desses corpos sutis, o duplo etéreo, é uma duplicata energética do corpo físico, envolvendo-o e mantendo-o conectado ao corpo espiritual. É nele que ficam os chacras, portais por onde entra a energia Qi, possibilitando a manifestação da consciência no veículo físico.
Durante o sono, o corpo espiritual se desprende
temporariamente do corpo físico e fica ligado a este pelo duplo etéreo, o
chamado cordão de prata, semelhante aos fios de teia de aranha. Com a morte do
corpo físico, o duplo etéreo se dissolve também.
Cabe aqui a revisão de um caso, o do paciente sem o
intestino grosso que se curou com apenas uma sessão de acupuntura. Quando atendi o sr. V, já era a trigésima
terceira sessão dele no Centro Espírita André Luiz, em Brasília, onde atendo
aos domingos de manhã, como voluntário da equipe coordenada pelo acupunturista,
jornalista e professor José Marcelo. O sr. V estava com 70 anos e sua grande
queixa era a extração do intestino grosso.
No André Luiz, os pacientes são atendidos de acordo com a
ordem de chegada e pelo terapeuta que estiver disponível. Naquela manhã, era a
terceira vez que coincidia de eu o atender. Peguei sua ficha e fiz a revisão,
como sempre faço, da queixa original, que, além da retirada do intestino grosso, devido a um câncer, registrava também dores lombar, sacral, cervical e nos braços, insônia, prisão
de ventre e úlcera gástrica.
Mas, precisamente naquela manhã, eu começara a criar uma
técnica a qual chamo de acupuntura dos corpos sutis, de modo que naquela sessão
passei a ver o caso do sr. V sob novo ângulo. Conversei com ele; contou-me que
todas as semanas baixava hospital, sofria de diarreia crônica e tudo o que
comia lhe fazia mal. Observei-lhe a língua e senti seus pulsos; suas energias
esvaíam-se.
– O senhor sabe que ainda tem seu intestino grosso, não sabe? – perguntei-lhe, olhando-o nos olhos. Então os olhos dele brilharam, numa interrogação. – O senhor continua com o seu intestino grosso, só que no corpo etéreo, que liga o corpo carnal ao corpo astral, este, conhecido também como perispírito, porque liga o corpo físico ao espírito, e o espírito é imortal, não pode adoecer, não com as doenças que conhecemos aqui, neste plano. Seu intestino grosso foi extraído do corpo físico, mas ele continua intacto no corpo etéreo. Não podemos ver o corpo etéreo porque sua vibração é muito mais alta do que a vibração do corpo material, que tem uma vibração tão baixa, que, aos nossos cinco sentidos, se materializa.
Ele entendeu na hora, e o brilho dos seus olhos continuou,
como duas pequenas lanternas. Eu podia ver o brilho dos seus olhos, e percebi
também que ele sorria.
– Bem, como o senhor não perdeu nada, muito menos o
intestino grosso, vou fazer a limpeza do canal do intestino grosso – disse-lhe,
explicando-lhe, rapidamente, sobre os meridianos que atravessam o corpo como um
feixe de fios. Na Medicina Chinesa, limpar um canal quer dizer aplicar agulhas
no primeiro acuponto daquele canal e cruzar com o último acuponto. Então
apliquei agulhas no IG 1 esquerdo, que fica no leito ungueal radial do dedo
indicador, e o IG 20 direito, no ponto de encontro entre a linha nasolabial e a
lateral da asa do nariz.
Apliquei mais o estômago 36 bi, para fortalecer a energia Qi
e o sangue, aumentar o Yang e minorar dores epigástricas, náusea, vômito, má digestão,
tontura, fadiga e fortalecer o corpo e a mente, além do estômago 25, para equilibrar
o baço, estômago e intestinos, pondo fim à diarreia. Apliquei ainda o vaso
concepção 12, para tonificar estômago e baço, e o yintang, para extirpar
ansiedade e disciplinar os pensamentos, acalmando, assim, a mente, o que acaba
melhorando o sono.
Pouco mais de 20 minutos depois foram retiradas as agulhas
do sr. V. Orientei-o a tomar pelo menos dois litros de água por dia e a cortar
leite, frutas, salada e legumes crus antes de dormir e a passar a alimentar-se,
à noite, de alimentos quentes, principalmente abóbora e raízes, como batata,
cará, inhame e mandioca.
Notei que ele saiu do ambulatório com vivacidade, “pois
agora” – pensei – “ele sabe que seu intestino grosso está lá com ele”.
Orientei-o também a me procurar no domingo seguinte. Uma semana depois ele
voltou e me disse que não baixou hospital. Outro terapeuta o atendeu e repetiu
o protocolo da semana anterior. Três meses depois, recebi a notícia: o sr. V se
deu alta.
Atendemos no André Luiz médiuns que trabalham no centro, muitos deles com todo tipo de doenças. São ilusões passadas a eles por espíritos em estado de ilusão. Digo-lhes que precisam, ao orarem, à noite e de manhã, agradecer aos seus antepassados, especialmente aos pais; a perdoarem e a enxergarem no próximo, mesmo que sejam drogados, raivosos, cancerosos, tenham sido estuprados, nos que gritam de dor, só e somente só, luz. As agulhas precisam de luz.
Mas esses médiuns veem também que nós, da equipe do José Marcelo, estamos cercados de mestres vindos do mundo espiritual, que nos orientam, vigilantes, para que o amor triunfe ali naquele ambulatório. Foi por isso que o sr. V pôde se dar alta.
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