sexta-feira, 20 de maio de 2022

Sete graus no Parque da Cidade, Brasília em chamas, o diabo chupando manga verde no despautério do mundo e o garanhuense do AP

Ray Cunha e seu último livro, O CLUBE DOS ONIPOTENTES:
thriller político ambientado na ditadura da toga e a permanente
tentativa de eliminarem o presidente Bolsonaro e sua família

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 20 DE MAIO DE 2022 – Hoje é aniversário da minha amada, Josiane Souza Moreira Cunha. Namoramos há 34 anos. Nosso namoro é como uma viagem no dorso da luz e que se passa sempre agora. Poesia é isso, uma queda para cima, um corte em profundidade, o azul, tão azul que sangra. 

Ontem, saí para caminhar logo após às 7 horas. Caminho, geralmente, no Parque da Cidade, que faz divisa com meu bairro, o Sudoeste. Fazia 7 graus centígrados. Para mim, a temperatura ideal é 21 graus. Estava agasalhado, é claro. Pensei que mesmo assim Brasília está em chamas, especialmente a Praça dos Três Poderes. Vivemos a ditadura da toga. 

Quando penso na expressão “Brasília em chamas” lembro imediatamente do livro de contos de Ruan Rulfo, Chão em Chamas, e do meu conto Almoço de Trabalho no Porcão, do meu livro O Casulo Exposto, pois me remetem à Esplanada dos Ministérios, ao Museu da República, de Oscar Niemeyer. Em agosto, meio-dia, o concreto de Niemeyer chega aos 60 graus e qualquer ponta de cigarro na palha do gramado pega fogo. 

Mas o fogo, agora, é outro. Bolsonaro se elegeu prometendo erradicar a quadrilha dos gafanhotos e está fazendo isso. Os gafanhotos sabem que se ele se reeleger jogará um Saara de cal sobre os comunistas brasileiros e, de quebra, da Ibero-América. 

Quando caminho sem a companhia da minha gata, geralmente atravesso o Parque da Cidade até os Setores Comercial e Hoteleiro Sul. Gosto de observar o hall dos grandes hotéis e sentir o cheiro dos cafés. Quando caminhamos todo o nosso corpo é mobilizado, inclusive a glândula pineal, que conecta o espírito ao corpo físico. É quando recebo mensagens dos meus mentores espirituais. 

Romances inteiros já surgiram nas minhas caminhadas. As personagens vão nascendo e as que já existem conversam comigo, e, assim, a trama vai nascendo. Em recente conversa com o escritor Fernando Canto, enquanto degustava uma cuia de tacacá no restaurante Delícias do Pará, na Rua Hamilton Silva 1499, no Centro, praticamente já no bairro de Santa Rita, em Macapá, conversamos sobre isso. 

Quando escrevemos um romance não seguimos nunca um esquema. Não dá certo. Esquema é para ensaio. Escrevemos apenas. Depois que os personagens disseram tudo o que tinham a dizer e fizeram tudo o que tinham a fazer, temos uma trama. Aí, é hora dos cortes, da lapidação, até a joia aparecer em todo o seu esplendor. 

Falando em Macapá, minha cidade natal, sou pouco conhecido lá. Apenas alguns artistas, amigos da juventude, me conhecem, mas o fato de que sou conservador os afastaram. Li que a Academia Amapaense de Letras (AAL) elegerá dez novos sócios, deliberação tomada em reunião de diretoria realizada no dia 9 de maio. O edital do concurso deverá ser publicado na próxima semana, com vigência até 18 de junho. Acho que eu não teria a menor chance. 

A propósito, a Academia Brasileira de Letras (ABL) integrou recentemente um compositor, Gilberto Gil, e uma atriz, Fernanda Montenegro. Gilberto foi ministro da Cultura de Lula e Fernanda Montenegro participou da campanha eleitoral de Lula e de Sérgio Cabral. 

Que dirá o Amapá, que elegeu Jegue Sarney senador vitalício! A grande obra do autor de Marimbondos de Fogo foi anexar o Amapá ao Maranhão. A propósito, Jegue é da ABL. Já deve ser também da AAL. O Amapá elegeu ainda senador o coordenador da campanha de Lula, Randolfo Rodrigues, conterrâneo de Lula, natural de Garanhuns/PE. 

Randolfe foi condecorado pela França com a Legião de Honra “como reconhecimento por sua atuação em assuntos como meio ambiente e ao combate à pandemia”. O atual governo francês é comunista e faz coro a Randolfe e Leonardo DiCaprio de que Bolsonaro está incendiando a Amazônia. Mentira. Bolsonaro está resgatando a Amazônia. Lula e seus antecessores no Palácio do Planalto é que desde 1986 estavam entregando a Amazônia para a grilagem internacional. 

A Amazônia Legal é o sertão brasileiro. Os governadores de lá mandam em tudo, vigiam tudo, mantêm seus currais eleitorais igual o Partido Comunista Chinês mantém os chineses na linha. Deus livre alguém de compartilhar uma notícia comigo contra um capo di tutti capi do Amapá. 

Quanto à pandemia do vírus chinês, a única coisa que Randolfo fez foi a encenação da CPI da covid-19. Foi uma coisa melancólica aquilo, o Harry Potter de Garanhuns, o cara de capivara do Amazonas e o Lampião do brejo de Alagoas. 

Acredito que antes de agosto a queda de braço entre o Supremo e Bolsonaro chegue ao fim. Não vejo meio termo nisso. Um dos dois lados poderá ser estripado, ou golpeado na saboneteira, com uma katana. Isso é simbólico, é claro. O fim mesmo só se dará com a reeleição de Bolsonaro é um novo Senado, que cumpra seu papel com patriotismo.

De uma forma ou de outra, ainda este ano vamos ver o diabo chupando manga verde no despautério do mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário