O bicho precisa de um cirugião plástico para dar um trato nele |
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 28 DE DEZEMBRO DE 2023 – Godzilla Minus One, em cartaz na cidade, é um dos melhores filmes de monstro que já vi, ombreando-se com Jurassic Park, de Steven Spielberg, mas com muito mais drama. Trata-se de uma besta apocalíptica atômica. Só tem paralelo com o comunismo, que, no Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, avança inexorável, sem arma alguma que possa apeá-lo.
A história é a seguinte: o piloto camicase Koichi (Ryunosuke Kamiki) sente medo de morrer e pousa seu avião em uma ilha, onde mecânicos tentam consertar o avião. À noite, recebem a visita de Godzilla, um lagarto com 50 metros de altura já conhecido na ilha como Gojira. Koichi sobrevive e consegue retornar a Tóquio, devastada, com o povo passando fome, e conhece Noriko (Minami Hamabe) e seu bebê.
O roteirista e diretor Takashi Yamazaki criou uma história de monstro redonda, um drama de primeira categoria, e ainda proporciona uma visão do Japão pós-guerra, um povo que conseguiu se tornar a segunda maior economia do mundo, ultrapassado, depois, pela China e Alemanha, além dos Estados Unidos.
Este Godzilla sai do Pacífico para destruir Tóquio, mas Koichi, um morto-vivo, está disposto a enfrentar a besta. Morto ele já está. Então... Fazendo um paralelo com o Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, o ataque é de outra ordem: censura, desarmamento da população, gastança desenfreada, cabide de emprego, melancias, ditador narcotraficante querendo invadir vizinho, analfabetismo nas escolas, invasão de propriedades privadas e Constituição-Geni.
Alguns jornalistas, como Augusto Nunes, ousa enfrentar Godzilla, e
alguns que se exilaram nos Estados Unidos. Só que o Godzilla tupiniquim,
diferentemente do monstro japonês, é muito, mas muito mais poderoso. Enquanto a
besta nipônica só conta com um sopro de bomba atômica e uma couraça que se
regenera, o tupi conta com 2,081 trilhões de dólares.
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