Jason Statham: um dos mais estupendos atores de ação |
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 16 DE JANEIRO DE 2024 – As abelhas são emblemáticas na história da humanidade. São insetos que polinizam flores e produzem mel, própolis, geleia real e veneno. Há mais de 25 mil espécies e são encontradas em todos os continentes, exceto a Antártida, por razões óbvias.
As abelhas vivem em sociedade. A rainha é a única fêmea sexualmente desenvolvida. Além dela, há as operárias e os zangões. Cada colônia só tem uma rainha, com a missão de reproduzir a espécie. A rainha só acasala uma ou duas vezes durante sua existência, mas com vários zangões, de quem ela armazena o esperma em um órgão do seu corpo e põe cerca de 200 mil ovos por ano durante toda a sua existência, de três a cinco anos.
Sua segunda missão é organizar e motivar, por meio de feromônios, as operária, que realizam todo o trabalho na colmeia: limpar, arejar e proteger a colmeia, cuidar da rainha, construir favo, coletar néctar, pólen e água, mastigar o néctar e transformá-lo em mel por meio de enzimas e alimentar a ninhada. Os zangões fecundam as rainhas. Cada colônia tem uma rainha, cerca de 5 mil a 100 mil operárias e até 400 zangões.
A sociedade das abelhas é perfeita. Foi com esse mote que o roteirista Kurt Wimmer desenvolveu o longa de ação dirigido por David Ayer e estrelado por Jason Statham, Beekeeper – Rede de Vingança (The Beekeeper, EUA, 2024). Beekeeper quer dizer apicultor.
A crítica caiu com todo tipo de arma em cima do filme, dizendo que Jason Statham só sabe fazer filme de Brucutu e que o roteiro é primitivo, uma reles tentativa de fazer uma coisa parecida com a série John Wick. Mas Beekeeper é um thriller político por baixo de um estupendo filme de ação.
Uma quadrilha de ladrões eletrônicos limpa meio mundo nos Estados Unidos, até furtarem todas as economias de uma senhora e dinheiro alheio que ela administrava. Desesperada, ela se mata. Só que ela era amiga de um beekeeper aposentado. Beekeepers são agentes de um programa secreto, utilizados para apagar qualquer pessoa que coloque o sistema em perigo.
O referido beekeeper vai atrás do chefão da quadrilha, que é nada menos do que filho da presidente dos Estados Unidos. O sistema americano estava em perigo e era preciso extirpar a abelha-rainha que o pôs em perigo.
É parecido com o que está acontecendo no Equador. O presidente de lá viu que o Estado está em perigo, nas mãos de narcoterroristas e políticos, juízes e policiais corruptos, e pôs as Forças Armadas atrás deles, com penas de prisão perpétua para os que lograrem saírem vivos.
Aliás, a América do Sul está precisando de um beekeeper.
Quando cagam na lei só resta fazer justiça. Se é justiça com as próprias mãos é
irrelevante, porque, neste caso, o jogo se passa sempre fora das quatro linhas.
Parabéns pelo texto muito lúcido, Ray.
ResponderExcluirGrata pelo envio.