sexta-feira, 15 de março de 2024

Ruy Castro, o mais carioca dos cariocas, gosta da maniçoba do Belém Belém Amazônia, no Posto 6

Ray Cunha e a chef Mira Jatene, que comanda o Belém Belém Amazônia

RAY CUNHA

BRASÍLIA, 15 DE MARÇO DE 2024 – Estive recentemente no Rio de Janeiro para checar vários endereços e aspectos arquitetônicos para meu novo romance, que se passa na Cidade Maravilhosa. Hospedei-me em uma Airbnb na Rua Pompeu Loureiro, logo na saída do túnel Major Vaz, em Copacabana. 

No dia 2 de março, autografei o romance JAMBU no restaurante Belém Belém Amazônia, na Avenida Elizabeth da Bélgica, na altura do Posto 6, em Copacabana. A chef, Mira Jatene, me confidenciou que o escritor Ruy Castro, o mais carioca dos cariocas, gosta de maniçoba, e pede para levarem a iguaria das iguarias paraense ao seu apartamento, no Leblon.

Estiveram presentes minhas amigas Luciana Magalhães, filha do músico amapaense Luiz Tadeu Magalhães, e Mariella Affonseca, física, mestra em Engenharia Nuclear e doutora em Biociências Nucleares e em Acupuntura. Aguardei meu amigo carioca Luiz Loyola, mas não foi desta vez que nos reencontramos.

Deixei um exemplar de JAMBU para quando Ruy Castro pedir maniçoba a Mira enviar para ele. JAMBU é um romance-reportagem. A parte ficcional desenvolve-se durante o fictício Festival de Gastronomia do Pará e Amapá, um desfile dos principais pratos da cozinha paraense. 

Nesse meio tempo, o jornalista João do Bailique escreve uma edição especial da revista Trópico Úmido sobre a Questão Amazônica, enquanto investiga um traficante de crianças e de grude de gurijuba. Personagens de ficção misturam-se a personagens reais, vivos ou mortos, como, por exemplo, o poeta Isnard Brandão Lima Filho e o pintor Olivar Cunha, de Macapá/AP, e a cantora lírica Carmen Monarcha, de Belém. Como pano de fundo, a Amazônia é exibida nuinha, como ela é. 

Morei na Rua República do Peru, em Copacabana, meio século atrás. Copacabana continua tão linda quanto sempre foi. Agora, com mais moradores de rua e a praia mais lotada. O trânsito está melhor, depois que construíram o metrô, que vai até a Barra. 

Visitei o túmulo de Estácio de Sá e o marco de inauguração do Rio de Janeiro, datado de 1 de março de 1565, no Morro Cara de Cão. Ambos estão guardados na Basílica Santuário de São Sebastião, a Igreja dos Capuchinhos, na Tijuca. Visitei também a Ladeira da Misericórdia, que restou do Morro do Castelo; a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, ou, simplesmente, Antiga Sé; a Igreja da Candelária; e a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, onde se desenrolou a batalha decisiva de Estácio de Sá contra os franceses da França Antártica, na qual Estácio levou uma flechada em um olho e morreu um mês depois. 

Esse Rio antigo está vivo nas páginas de O Rio antes do Rio e Arariboia: O indígena que mudou a história do Brasil – Uma biografia, de Rafael Freitas da Silva. 

Visitei ainda a Igreja de Nossa Senhora de Copacabana e Santa Rosa de Lima, na Rua Hilário de Gouveia, onde se encontra a imagem da Santa que dá nome ao bairro. 

Estive no Bairro Peixoto, onde mora o detetive Espinosa, na Praça Edmundo Bittencourt, e o segui até a 12ª Delegacia de Polícia, na Rua Hilário de Gouveia. Espinosa é o mais famoso detetive brasileiro, criado por Luiz Alfredo Garcia-Roza. 

Passei pelo Beco da Fome e no Bunda de Fora, e dei um pulo no Forte de Copacabana, onde tomei uma água tônica na Confeitaria Colombo, apreciando o recorte da praia, até o Leme, e, lá atrás, o Pão de Açúcar. 

Voltando a Ruy Castro, depois que li, dele, Metrópole à beira-mar: O Rio moderno dos anos 20, passei a ver o Rio por outra lente. Passei a vê-lo como o principal palco da história do Brasil, como vitrine cultural do país, inclusive responsável pela Semana de Arte Moderna.

De modo que o Rio continua sendo o Rio, a eterna, e, de fato, capital do Brasil, onde os rumos do país são decididos, tanto nos tempo de democracia quanto de ditadura. O Rio toma a decisão e São Paulo apoia, como foi na Semana de Arte Moderna e é na cessão da Avenida Paulista nos momentos extremos.

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