Edição da amazon.com: Seringueira no muro do Colégio Amapaense |
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 12 DE MAIO DE 2024 – Ao retornar a Macapá, sua cidade natal, 27 anos depois, João Picanço Cardoso seguiu diretamente do aeroporto para a casa onde viveu até os onze anos de idade, e lá só encontrou a Seringueira. Uma velha seringueira esquelética desviava-se do muro do Colégio Amapaense. Ou era o muro que se desviava dela. Tinha uma cavidade no tronco que quase a transpassava. Pediu ao taxista que o aguardasse e foi até a Seringueira. Pegou no seu tronco. Lembranças afloraram à sua memória e o fizeram chorar, acomodado com a testa sobre o braço direito, encostado à seringueira. Uma senhora e uma criança passavam. A senhora quase para, mas seguiu adiante. Eram onze horas. O sol se tornara insuportável. João retornou ao táxi e deu a direção da casa de sua mãe, na Avenida Presidente Vargas. A mãe o aguardava no pátio da casa. Desceu do táxi, abriu o portão da cerca, a cancela do pátio e abraçou a mulher, quase machucando-a, e sentiu entrar no jardim imenso, de onde divisou os galhos mais altos da Mangueira, do Cajueiro e da Seringueira, antes de ultrapassar as grossas paredes amarelas.
Trecho final do romance A CASA AMARELA, à venda no Clube de Autores, amazon.com.br e amazon.com
Edição do Clube de Autores: Fortaleza de São José de Macapá |
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