domingo, 18 de agosto de 2024

Qual é a ordem de pôr e retirar agulhas de acupuntura? A estética na arte de inserir

O Tao é o equilíbrio das duas polaridades da energia Qi: Yin e Yang

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 18 DE AGOSTO DE 2024 – Em acupuntura, trabalhamos com a energia Qi, que pode ser chamada também de energia vital, ou Deus. Ela vem sempre do alto. As agulhas são antenas para captar a energia Qi e os acupontos vórtices que absorvem o Qi e o introduzem nos meridianos, ou canais energéticos. 

Assim, diagnosticado o desequilíbrio energético, devemos começar a aplicar o protocolo selecionado sempre do alto para o baixo. Procuro aplicar as agulhas, em qualquer caso, começando pelo VG20 (Vaso Governador 20), ou Chacra Coronário. Vigésimo ponto do Vaso Governador, situa-se no topo da cabeça, constituindo-se, portanto, no ponto mais alto do corpo, ou o ponto mais Yang. 

A energia Qi tem duas polaridades, Yin e Yang, negativa e positiva, que se complementam, amalgamam e se transformam uma na outra, quando atingem seu ponto de equilíbrio. O Tao, a vida plena, é o equilíbrio de Yin e Yang. 

O VG20 é o ponto mais próximo do céu, do espírito. Clareia o tempo nublado, os pensamentos, promovendo fé, esperança, ânimo, entusiasmo. Dissipa depressão e ansiedade, e remete a pensamentos bons; à luz. 

A seguir, acrescento o Yintang, o chacra do Terceiro Olho, um ponto entre as sobrancelhas. Esse ponto abre os olhos da mente. 

Pronto, o paciente está pronto para receber o restante do protocolo, até os pés. 

Para retirar as agulhas, a mesma coisa. Vamos supor que se retire as agulhas do baixo para o alto. Ao se retirar a agulha posicionada na parte mais inferior do corpo a energia Qi se escoa. Agora, vamos supor que o acupunturista comece a retirar as agulhas no meio do corpo. Aí, estará interrompendo o fluxo energético entre o alto e o baixo. 

De modo que se deve retirar as agulhas também do alto para o baixo, pois, assim, o equilíbrio conseguido com o fluxo energético acionado pelo protocolo utilizado será conservado até depois da retirada da última agulha, no baixo. 

Outra questão que perpassa a prática da acupuntura é a posição das agulhas. Lembro que, há muitos anos, um amigo meu, um dos maiores pintores do Pará, José de Moraes Rego, um esteta, por conseguinte, e também proctologista, me contou que teve um professor na universidade que lhe passou um ensinamento o qual seguiu a vida toda. 

Ao costurar um tecido rompido, mesmo no ânus, a costura deve ser correta, deve ter uniformidade e ser feita com o devido cuidado. Em outras palavras, a costura deve ter elementos estéticos: ordem, ritmo, intenção bondosa. O resultado será o ápice estético, nesse caso a cura, o ajustamento das duas bordas do tecido de forma que não surja queloide, que o tecido volte ao normal. 

Assim é com as agulhas, que são antenas afixadas em vórtices para captarem a energia Qi. Na acupuntura bilateral, as agulhas devem ser afixadas em posições semelhantes e na profundidade certa, obedientes à ordem, ritmo e intenção bondosa. 

O corpo é apenas um trajo espacial que o espírito veste para viver na atmosfera terrestre. É a parte material da mente. Mas a mente é composta também de outros corpos, como, por exemplo, o astral, o corpo das emoções.

Se o acupunturista compreende como funciona a energia Qi e obedecer às leis da ordem, sendo fiel ao protocolo e posicionando as agulhas com ritmo e obedecendo às leis da estética, inclusive do alto para o baixo, gerará boas emoções e terá alcançado seu objetivo. O resto é com o paciente.

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