quarta-feira, 30 de outubro de 2024

A última ceia de Olivar Cunha e Fernando Canto. Uma sede para a Academia Amapaense de Letras

Última Ceia de Olivar Cunha, que aparece na extremidade
esquerda do painel, bem como Fernando Canto, no lado
direito de Jesus Cristo. Olivar Cunha se inspirou em Masip

RAY CUNHA 

BRASÍLIA, 30 DE OUTUBRO DE 2024 – Os mais icônicos artistas amapaenses são o pintor Olivar Cunha e o escritor Fernando Canto. Em 2006, em Vitória/ES, onde Olivar Cunha reside, ele recriou, a pedido do Fernando Canto, a Última Ceia, de Vicente Juan Masip, mais conhecido como Juan de Juanes, óleo sobre madeira medindo 1,16 metro de altura por 1,91 metro de largura, pintado em 1523, na Espanha. 

A técnica empregada por Olivar Cunha foi acrílico sobre tela, trabalhado com espátula, no tamanho de um metro de altura por 1,5 metro de largura. No lugar do apóstolo Tiago, Olivar Cunha pintou seu autorretrato, e, no lugar de Pedro, ao lado de Jesus Cristo, Fernando Canto. A tela faz parte do acervo do Fernando Canto. 

Olivar Cunha é um dos grandes expressionistas brasileiros e Fernando Canto é poeta, compositor, cronista, contista e ensaísta. A obra de ambos retrata a cultura Tucuju na sua essência. 

Masip nasceu em La Font de la Figuera, na Província de Valência, Espanha, em 1507, e morreu em Bocairent, também Província de Valência, em 1579. 

Última Ceia retrata a passagem em que Jesus institui a Eucaristia, rodeado por seus discípulos, identificados pelos nomes nas respectivas auréolas. Encontra-se em Madri, no Museu do Prado, o mais importante da Espanha e um dos mais importantes do mundo. 

A Última Ceia foi a última refeição que, de acordo com a Igreja, Jesus dividiu com os doze apóstolos, em Jerusalém, antes de sua crucificação. É com base na Última Ceia que a Igreja instituiu a Eucaristia, ou Comunhão, relatada pelos quatro evangelhos canônicos e comemorada na Quinta-Feira Santa. 

A Última Ceia de Masip é uma recriação de A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, nascido em Anchiano, Itália, em 15 de abril de 1452, e morto em Amboise, França, em 2 de maio de 1519. Da Vinci era pintor, escultor, cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, arquiteto, botânico, poeta e músico. 

A Última Ceia é um afresco que Leonardo da Vinci fez para a igreja de Santa Maria delle Grazie, em Milão, Itália, encomendado por Ludovico Sforza, duque de Milão. Presume-se que o trabalho tenha sido iniciado por volta de 1495-1996. Tornou-se ícone da cultura cristã e das artes. 

Jesus Cristo aparece no centro do afresco, ladeado, à direita dele, a partir da extremidade da mesa, por Bartolomeu, Tiago Menor e André, e Judas Iscariotes, São Pedro (cabelo branco) e João (imberbe). À esquerda de Jesus Cristo, a partir dele, estão Tomé, Tiago Maior e Filipe (imberbe), e Mateus (barba rala), Judas Tadeu e Simão Cananeu, também chamado de Simão, o Zelote. Essas identificações foram encontradas em um manuscrito de Leonardo da Vinci, encontrado no século XIX. 

A novidade na última ceia de Olivar Cunha é seu autorretrato e o retrato de Fernando Canto, um dos mais fecundos escritores amapaenses, contista, ensaísta e compositor. Como presidente da Academia Amapaense de Letras (AAL), ele se empenhou, junto aos atuais governador do Amapá, Clécio Luís, e prefeito de Macapá, Antônio Furlan, em conseguir um prédio, ou um terreno, no centro de Macapá, para sediar a AAL. 

Com o desencarne de Fernando Canto, ontem, assume a presidência da AAL o vice, professor e ex-senador Paulo Guerra, que deverá continuar o trabalho de Fernando Canto no sentido de conseguir um prédio próprio para a academia e até, como é o caso da Academia Brasileira de Letras (ABL), alugar parte do prédio-sede, para não depender do poder público. 

A Academia Amapaense de Letras é o órgão máximo da cultura amapaense, a guardiã da nossa identidade, razão pela qual deve receber a devida atenção por parte do poder público, a fim de realizar seu trabalho de promover a cultura tucuju. Um povo sem cultura, sem identidade, não tem rumo.

Com uma Academia de Letras fortalecida, a exploração cuidadosa da Margem Equatorial e a defesa incondicional da democracia, não a “relativa”, mas a sem mordaça e sem corrupção, o Amapá será um dos estados mais prósperos do país.

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