Espírito procura sentir o torpor do álcool junto a um viciado
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 25 DE DEZEMBRO DE 2024 – Drácula é um romance gótico e epistolar do irlandês Bram Stoker, publicado em 1897. O advogado Jonathan Harker faz uma viagem de negócios à Transilvânia e fica hospedado no castelo do conde Drácula, nas montanhas dos Cárpatos, para assessorá-lo na compra de uma casa perto de Londres. Harker descobre que Drácula é um vampiro e foge. O conde vai atrás, até a cidade litorânea de Whitby, na Inglaterra, onde um grupo liderado por Abraham Van Helsing o caça e mata.
Trata-se de um dos personagens de ficção mais bem acabados, tanto que muita gente pensa que vampiro, como Drácula, existe, mesmo. Drácula é um morto-vivo, ou zumbi, e se alimenta de sangue.
A noção de vampirismo existe desde a Mesopotâmia, como seres malignos. Em 1819, o médico e escritor inglês John William Polidori publicou o conto O Vampiro, estabelecendo o arquétipo do monstro. Mas o termo vampiro se tornou popular no início do século XIX, na Europa, baseado em lendas sobre vampiros nos Balcãs, Romênia.
A hematofilia, ou Síndrome de Renfield, parafilia que apresenta obsessão de sugar sangue do parceiro sexual, é um vampirismo clínico. Renfield era assistente de Drácula e se alimentava de insetos.
Já o vampiro psíquico, ou vampiro energético, alimenta-se da energia vital, energia Qi, na Medicina Tradicional Chinesa, ou força vital, prana, de outras criaturas vivas. No livro Vampiros Emocionais o psicólogo americano Albert Bernstein diz o seguinte: “Os Vampiros emocionais são pessoas que possuem características que os psicólogos chamam de distúrbios da personalidade. Na pós-graduação, aprendi essa diferença básica: quando as pessoas enlouquecem a si mesmas, têm neuroses ou psicoses. Quando levam os outros à loucura, têm distúrbios da personalidade”.
Os vampiros energéticos deixam os outros com sensação de exaustão, dificuldade de concentração ou em depressão. Por exemplo, pessoas que vivem reclamando ou lamentando. Ou que tomam seu tempo à toa.
Há os vampiros energéticos mortos, ou espirituais. São os encostos. Pessoas que morreram com pendências neste plano e pensam que ainda estão vivas. No caso de encosto de viciados, procuram satisfazer seus vícios por meio dos vivos. Os prostíbulos, por exemplo, estão sempre cheios de encostos, que, neste caso, praticam vampirismo sexual; assim em qualquer ambiente onde se desenrole a degradação humana.
Em um ato sexual, se um dos parceiros está nas trevas, deprimido, triste, estressado, com ódio, passará essa energia ruim para o outro. Certos ambientes são tão deprimentes que fazem pessoas mais suscetíveis adoecerem.
Como terapeuta em Medicina Tradicional Chinesa encontro muitos vampiros. Quem não sabe lidar com isso chega a se sentir tão mal que fica de cama. Só há uma maneira de fecharmos o corpo para influências ruins vindas de vivos ou mortos. Em primeiro lugar, orar. A oração nos conecta com nossos mentores espirituais, abre nosso terceiro olho. Em segundo lugar, fazer o bem.
Como terapeuta, cobro pacote de 10 sessões pago à vista mais em conta. Essa modalidade é utilizada para pessoas que se submetem a tratamentos longos, devido a doenças crônicas. Já cheguei a dispensar paciente que pagou antecipadamente e devolvi o dinheiro referente às sessões que faltavam. Do contrário, seriam dois doentes: o paciente e eu.
Já no trabalho voluntário que realizo nos fins de semana, no Ambulatório Fernando Hessen e no Centro Espírita André Luiz (Ceal), também tenho encontrado vampiros. A alguns deles chamado de pacientes de spa; outros, deveriam procurar psicólogos ou psiquiatras, mas se aconselharmos isso ficam ofendidos. E alguns não estão querendo exatamente acupuntura.
Com todos, porém, procuro ser o mais claro possível, comunicando-lhes que quem cura são eles mesmos, praticando o que lhes é ministrado, razão pela qual devem falar a verdade para descobrirmos a causa dos males relatados. Quando não falam a verdade, ou criam fantasias, contamos com exames de pulso e de língua, que, às vezes, revela uma realidade bem diferente da que nos é contada.
Então, os vampiros, os parasitas, existem, sim, e podem ser pessoas
vivas ou mortas. Se você tentar ser bonzinho com eles, estará lascado. Sugarão
até seu tutano. Só há uma maneira de ajudá-los: lançando luz nas trevas em que
vivem.
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