O OLHO DO TOURO: prisão e assassinato de Jair Bolsonaro
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 24 DE JANEIRO DE 2025 – O OLHO DO TOURO, segundo volume da trilogia que começou com O CLUBE DOS ONIPOTENTES e que será encerrada em 2026, mapeia o cenário político brasileiro desde as eleições de 2022 até a posse de Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro.
Assim, O OLHO DO TOURO é a sequência de O CLUBE DOS ONIPOTENTES. Misturando uma trama de ficção com acontecimentos reais, personagens fictícios com pessoas de carne e osso, vivas ou mortas, o fio da meada que une os três livros, o último ainda em gestação, é a perseguição ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, que ousou enfrentar Lula da Silva, o PT (Partido dos Trabalhadores) e a máfia comunista que tomou de assalto o Brasil.
Paira sobre Bolsonaro ameaça de prisão e sua morte dentro da prisão, como denunciou o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do líder da Direita brasileira. Bolsonaro é acusado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de liderar um golpe de Estado, em 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, embora se encontrasse nos Estados Unidos nessa data e nenhum tiro tenha sido disparado contra nenhuma autoridade, nem contra ninguém.
Segue trecho encharcado de sangue de O OLHO DO TOURO:
SERIA O MESMO mago negro, que influenciou Lenin e Fidel, o encosto que influenciava a trilha de assassinatos no Brasil?
Celso Daniel, 50 anos, foi prefeito de Santo André/SP três vezes, pelo Partido dos Trabalhadores, até 18 de janeiro de 2002, quando foi sequestrado ao sair de uma churrascaria na região dos Jardins, em São Paulo, a bordo de um Mitsubishi Pajero blindado, na companhia do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra. O carro teria sido perseguido por um Santana, um Tempra e uma Blazer, até a Rua Antônio Bezerra, nas imediações do número 393, no bairro da Vila Vera, Distrito do Sacomã, Zona Sul de São Paulo, quando fecharam o Mitsubishi e dispararam contra os pneus e vidros traseiro e dianteiro do carro. Segundo Sombra, que dirigia a Pajero, a trava e o câmbio do carro estranhamente deixaram de funcionar. Celso Daniel foi arrancado do carro e levado embora. Não fizeram nada com o Sombra nem com o motorista.
Manhã de 20 de janeiro de 2002, um domingo, o corpo de Celso Daniel é encontrado com oito tiros, na Estrada das Cachoeiras, bairro do Carmo, na altura do quilômetro 328 da Rodovia Régis Bittencourt, a BR-116, em Juquitiba/SP. Em 1 de abril de 2002, o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Estado de São Paulo concluiu o inquérito sobre a morte de Celso Daniel, dando conta de que seis pessoas de uma quadrilha da favela Pantanal, na Zona Sul de São Paulo, cometeram o crime. Segundo o relatório, o autor dos disparos foi um menor de idade. Celso Daniel teria sido sequestrado por acaso, pois teriam perdido de vista o verdadeiro alvo, um empresário, que não teve sua identidade revelada.
Um dos promotores do caso mostrou uma foto do prefeito ao menor que afirmou ter atirado em Celso Daniel e o rapaz não conseguiu reconhecer a pessoa na foto.
– Nem roteiro de produção cinematográfica sem dinheiro seria tão ridículo quanto essa história – disse Alex.
Uma análise pericial feita na Pajero concluiu que o carro não tinha nenhum defeito elétrico ou mecânico na hora do ataque.
A seguir à morte de Celso Daniel sete outras pessoas ligadas ao caso foram assassinadas:
1 – Dionísio Aquino Severo, líder da quadrilha da Favela Pantanal, presumido sequestrador de Celso Daniel, foi encontrado morto em abril de 2002, no Presídio do Belém, em São Paulo.
2 – Manuel Sérgio Estevam, o Sérgio Orelha, que escondeu Dionísio em casa após o sequestro, foi fuzilado em setembro de 2002.
3 – Otávio Mercier, investigador da Polícia Civil, que telefonou para Dionísio na véspera da morte do prefeito, foi morto a tiros na sua casa, em julho de 2003.
4 – Antônio Palácio de Oliveira, garçom do restaurante Rubaiyat, que serviu Celso Daniel e Sombra na noite do crime pouco antes do sequestro, foi morto em fevereiro de 2003, ao chocar-se de moto contra um poste ao ser perseguido por dois homens. Conduzia documentos falsos, seus, com um novo nome. Familiares seus afirmaram que haviam depositado 60 mil reais na sua conta bancária. O suposto acidente foi testemunhado por Paulo Henrique Brito, morto no mês seguinte.
5 – Paulo Henrique Brito foi fuzilado vinte dias depois de ter presenciado a morte do garçom, e no mesmo lugar, com um tiro nas costas.
6 – Iran Moraes Rédua, agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito na estrada e que chamou a polícia em Juquitiba, morreu com dois tiros, em 23 de dezembro de 2003.
7 – Carlos Delmonte Printes, legista que emitiu o laudo identificando sinais de tortura no corpo do prefeito, foi encontrado morto no seu escritório, em São Paulo, em 12 de outubro de 2005. Segundo a polícia, o médico se suicidou ingerindo um coquetel de medicamentos, frustrado com o fim do seu casamento.
Em 2005, os promotores Roberto Wider Filho e Amaro José Tomé, do Ministério Público de Santo André, pediram a reabertura das investigações policiais. Cinco anos depois, em agosto de 2010, a promotora Eliana Vendramini, responsável pela investigação, sofreu um acidente automobilístico em uma via expressa de São Paulo. O veículo blindado conduzido pela promotora foi repetidamente atingido por outro automóvel e capotou três vezes.
O irmão de Celso Daniel, o oftalmologista João Francisco Daniel, afirma que o prefeito guardava um dossiê sobre desvio de dinheiro na prefeitura de Santo André para o Partido dos Trabalhadores. Empresários de ônibus do ABC Paulista confirmaram que Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, coletava mensalmente propina das empresas em troca de privilégios na prefeitura. Algumas pessoas do esquema começaram a desviar dinheiro para suas contas pessoais. Celso Daniel descobriu isso e teria preparado o suposto dossiê, que, de qualquer modo, sumiu.
Em 2012, Marcos Valério, operador do Mensalão, esquema de compra de senadores e deputados pelo Poder Executivo, no caso o PT, afirmou que Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Gilberto Carvalho estariam sendo extorquidos por um dos envolvidos no esquema de cobrança de propina em Santo André.
Em 27 de setembro de 2016, Sombra morre de câncer, em São Paulo.
– Quem mandou matar Celso Daniel? E Teori Zavascki?
Teori Albino Zavascki, gaúcho de Faxinal dos Guedes/SC, nascido em 15 de agosto de 1948, morreu em Paraty/RJ, em 19 de janeiro de 2017. Advogado, professor, jurista e magistrado, foi ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), indicado pela presidente Dilma Rousseff. Foi relator da Operação Lava Jato no Supremo. Em 6 de março de 2015, autorizou a abertura de inquérito para investigar 47 políticos suspeitos de corrupção e, em 25 de novembro, determinou à Polícia Federal o cumprimento de quatro mandados de prisão, entre os quais o de um senador, Delcídio do Amaral, por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Em 15 de março do ano seguinte, Teori homologou delação premiada de Delcídio do Amaral, e, em 22 de março, determinou que todas as investigações da Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal que envolvessem o ex-presidente Lula e políticos com foro privilegiado, como a então presidente Dilma Rousseff, fossem remetidas ao Supremo. Em 11 de maio, nega o pedido do governo para anular o processo de impeachment de Dilma Rousseff, e, em 13 de junho, determina que a investigação envolvendo Lula fosse devolvida ao juiz Sergio Moro.
No início de 2017, começaria o julgamento dos acordos de corrupção entre a empreiteira Odebrecht e membros do governo. Teori Zavascki iria retirar o sigilo de 900 depoimentos e homologar as 77 delações da Odebrecht. Isso envolvia nomes de peso.
A Operação Lava Jato tinha provas de que a Petrobras abrigava um inacreditável esquema de corrupção montado no governo Lula e herdado pelo governo Dilma. O dinheiro da roubalheira financiava campanhas eleitorais, abastecia contas secretas no exterior e bancava uma vida de playboy para mais de uma centena de políticos. O foco da roubalheira era na Petrobras, mas ocorria também em outros grandes grupos empresariais; todos os partidos políticos sabiam disso e queriam sua fatia.
Um dia antes do julgamento, 19 de janeiro de 2017, uma quinta-feira, Teori Zavascki resolveu ir a Paraty/RJ. O avião, prefixo PR-SOM, um bimotor turboélice modelo Hawker Beechcraft King Air C90, com quatro passageiros a bordo, mais o piloto, saiu do aeroporto Campo de Marte, em São Paulo/SP, às 13 horas, horário de Brasília, com destino à Paraty.
Segundo relatório oficial do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), o avião estava com a manutenção em dia e o piloto, Osmar Rodrigues, 56 anos, tinha trinta anos de experiência, 7.464 horas de voo, 2.924 das quais em aeronaves tipo o avião em que Teori embarcou. Inclusive, em 2016, Osmar realizou 33 voos utilizando o aeródromo de Paraty, exatamente no jatinho em que Teori embarcou. Ao decolarem do Campo de Marte, em São Paulo/SP, Osmar sentia-se sem nenhum problema físico que pudesse pôr o voo em risco. Quando chegaram a Paraty, chovia, mas ainda dava para fazer voo visual. Osmar tentou a aproximação, mas não deu para pousar, aí, tentou novamente. O avião estava a 82 metros de altura, numa velocidade de 222 quilômetros por hora e a dois quilômetros do Aeroporto de Paraty. Osmar fez uma curva bastante inclinada e acabou batendo na água. O avião caiu próximo à Ilha Rasa, meia hora depois de ter decolado, e ficou parcialmente submerso.
O delegado da Polícia Federal, Adriano Soares, que investigava o acidente, foi assassinado, baleado em Florianópolis, em um prostíbulo.
A viagem de Teori Zavascki a Paraty é um mistério. Ele saiu de São Paulo com destino a um resort em uma praia privada, o Hotel Emiliano, considerado um prostíbulo de luxo e frequentado por empresários e políticos investigados na Lava Jato, artistas e endinheirados que pagam pela discrição. O dono do hotel, Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, 69 anos, tinha demandas no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo.
Uma das empresas de Filgueiras, Forte Mar Empreendimentos e Participação, tinha 90% do seu capital social em um fundo de investimento da BTG Pactual, maior banco privado de investimentos do país. O ex-presidente do BTG, André Esteves, foi preso na Lava Jato, em 25 de novembro de 2015, sob suspeita de tentar obstruir a operação. Zavascki revogou a prisão preventiva de Esteves, em dezembro, e em abril do ano seguinte liberou o banqueiro. O BTG Pactual pretendia construir para a Petrobras 29 navios-sonda.
Amigo de Zavascki, Filgueiras estava a bordo do jato, que era seu, juntamente com a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, 23 anos, e a mãe dela, a professora Maria Ilda Panas, 55 anos. Maira prestava serviço a Filgueiras, e como a mãe dela tinha ido de Juína/MT para visitá-la em São Paulo, Filgueiras as convidou para o fim de semana em Paraty.
Não houve sobrevivente.
– E quem mandou matar Jair Messias Bolsonaro?
Juiz de Fora/MG, 6 de setembro de 2018. O deputado federal Jair Messias Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL/RJ), participa de um comício em campanha eleitoral para a presidência da República. Como vinha acontecendo nas suas aparições públicas, o capitão reformado do Exército atraía centenas de milhares de apoiadores, pois representava a esperança de que o Brasil, finalmente, se livraria das garras da corrupção, que o exauria, como um gigante minado por microrganismos. Invariavelmente, a multidão acabava por carregá-lo nessas aparições. Em Juiz de Fora, enquanto era carregado, no meio daquele mar de pessoas, Bolsonaro sentiu uma espécie de soco, muito potente, no baixo ventre, e instantânea falta de ar. Porém não fora um soco, mas um golpe de peixeira, que quase o transfixa. Adélio Bispo de Oliveira, o autor do golpe mortal, foi preso em flagrante por agentes da Polícia Federal que acompanhavam Bolsonaro.
Prevendo uma ocorrência como essa, os agentes já vinham planejando rotas para hospitais a cada encontro do candidato com as multidões, de modo que Bolsonaro foi transportado rapidamente para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Ao chegar à sala de cirurgia, Bolsonaro já perdera metade do seu sangue. A facada atingiu a veia mesentérica superior e os intestinos grosso e delgado. No dia seguinte, foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, em estado desesperador. Após várias cirurgias, 23 dias depois do atentado, em 29 de setembro, Bolsonaro voltou para casa.
Junho de 2019. Após dez meses de investigações, a Polícia Federal concluiu seu relatório: Adélio Bispo agiu sozinho. Não houve mandante. No dia 14 daquele mês, o juiz federal Bruno Savino converteu a prisão preventiva de Adélio em internação por tempo indeterminado na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Bolsonaro ganhou as eleições, mas passou quatro anos sendo perseguido, dia e noite, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pela imprensa de balcão de negócios, capitaneada pela TV Globo, pelos comunistas instalados no Congresso Nacional e por generais-melancia.
E Adélio Bispo? Nasceu em Montes Claros/MG, em 6 de maio de 1978; tinha, portanto, 40 anos, em 2018. Por que eviscerou Bolsonaro?
– A mando de Deus – foi sua resposta.
Mas seu perfil, no Facebook, à época, mostrava que Adélio Bispo, que respondia a um processo por lesão corporal, não era religioso, e sim que estava envolvido até o pescoço com política. Chegara, inclusive, a ser filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), da esquerda radical, entre 2007 e 2014.
Em 5 de julho de 2018, Adélio esteve no Clube de Tiro 38, em São José, na Grande Florianópolis/PR, xeretando dois filhos de Bolsonaro, que frequentavam o local. Aproveitou, em Florianópolis, para adquirir a peixeira com a qual eliminaria o candidato. O telefone celular de Adélio continha a agenda de Bolsonaro, com fotos dos locais onde ele estaria, em Juiz de Fora, como, por exemplo, o hotel onde almoçaria com empresários, bem como a Câmara Municipal de Juiz de Fora.
No dia do atentado, segundo testemunhas, Adélio foi se chegando a Bolsonaro, em meio à multidão, como quem pretendia fotografá-lo, até se posicionar para golpeá-lo e puxar a peixeira de volta, mas alguém que acompanhou o ato conseguiu pegar a faca e a entregou a um vendedor de frutas nas proximidades. O vendedor colocou a faca em uma sacola plástica e a entregou à Polícia Federal. A perícia confirmaria que o sangue encontrado na lâmina era mesmo de Bolsonaro.
Nos minutos seguintes à tentativa de assassinato, quatro advogados, dos mais bem-pagos do país, se apresentaram para defender Adélio Bispo, mas jamais disseram por que, nem quem os estava pagando.
Desde 1985, o país começa a descarrilar para um precipício. Ao longo de 29 anos, os comunistas se organizaram para tomar o poder, ao qual chegam em 1 de janeiro de 2003, e nele se instalam durante uma década e meia, quando realizariam o maior assalto aos cofres públicos de que se tem notícia na história da humanidade. Em 2018, depois de estudar minuciosamente o país, já imerso em inacreditável corrupção, Bolsonaro se lançou candidato à Presidência da República, contando, basicamente, com a nova tecnologia da comunicação, a internet, especialmente as redes sociais, por meio de um telefone celular, sob o lema: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
A principal promessa de campanha de Bolsonaro era não ceder nem um milímetro a fisiologismo de partido. Isso, e a percepção que a população começava a sentir de que o país estava escorregando para o ventre da besta, foram fatores decisivos que levaram à vitória de Bolsonaro. No primeiro turno, em 7 de outubro de 2018, obteve 49.276.990 votos, 46,03% dos votos válidos; no segundo turno, em 28 de outubro, obteve 57.797.847 votos, 55,13% dos votos válidos, contra Fernando Haddad, do PT, um professor universitário mais conhecido como poste de Lula, que, por sua vez, estava preso e impedido de participar das eleições.
Aí, o jogo ficou realmente bruto. A Lava Jato teve o mesmo destino da operação italiana Mãos Limpas, Mani Pulite, na qual juízes caçaram políticos corruptos inutilmente. O Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu Lula e toda a quadrilha que assaltou trilhões de reais da burra, e o reabilitou politicamente.
O plano estava dando certo.
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