segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Lucubração sobre a estupidez após ler um texto que viralizou, baseado em Dietrich Bonhoeffer

Para o estúpido, ou idiota útil, ou estupor, abóbora é picanha

RAY CUNHA
 

BRASÍLIA, 6 DE JANEIRO DE 2025 – “Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele. Por isso, o universo de cada um se resume no tamanho de seu saber” – disse o físico Albert Einstein. Com efeito, o universo de cada qual é do tamanho dos seus conhecimentos. Mas falta de conhecimento não é problema. Problema é a estupidez. Estúpido vem do latim stupere, “estar entorpecido ou atônito, estupor”. Não se trata de ignorância; é uma escolha. 

O teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) afirma que a estupidez é mais perigosa do que o mal. O mal pode ser combatido e até autodestruído, mas a estupidez, não. Manifesta-se na falta de questionamento, de senso crítico, na alienação. Para Bonhoeffer, o estúpido não tem vontade própria e é incapaz de reconhecer a maldade: 

– Tornando-se assim um instrumento sem vontade própria, o estúpido será capaz de todo o mal e, ao mesmo tempo, incapaz de reconhecer-se mau ou de reconhecer maldade em seus atos. Aqui está o perigo de um abuso diabólico. Como resultado, as pessoas serão destruídas para sempre. 

Contra o mal, diz Bonhoeffer, pode-se protestar, expô-lo, revelá-lo, evitá-lo, destruí-lo. Mas não há como se defender da estupidez. Por exemplo, imagine-se discutindo com um petista sobre o carniceiro Nicolás Maduro. Você argumentará, mostrará provas de que Maduro é uma besta-fera, mas não adiantará nada, ele vai levá-lo a nocaute. É como mostrar por A mais B que um sujeito é corno e ele defender com unhas e dentes que sua esposa é a mais santa das mulheres. 

Isso acontece porque o corno está entorpecido, é incapaz de raciocinar, não quer sair do seu estado de torpor. É como um sujeito que vem fumando maconha durante muito tempo. Parou no tempo. É incapaz de sinapses. É zumbi. 

– Não há como se defender da estupidez – diz Bonhoeffer. 

A relação com o estúpido exige cautela. Muito mais do que com a pessoa maligna. O estúpido pode, inclusive, se tornar bastante perigoso diante de argumentos, pois a estupidez não é defeito intelectual, mas algo muito mais profundo; uma crença, talvez. A prova disso é que há pessoas inteligentes, e até muito inteligentes, que são estúpidas, e pessoas simples, sem erudição, que não são estúpidas, são até sábias. Fico sempre desconcertado com pessoas reconhecidamente eruditas que defendem com unhas e dentes o comunismo e carniças como Maduro. 

Segundo Bonhoeffer, a estupidez não é um defeito congênito, mas um processo. A prova disso é que a estupidez apareceria mais em grupos do que em indivíduos propensos à solidão. Assim, para Bonhoeffer, a estupidez é um problema sociológico e não psicológico. 

Quanto ao poder e a estupidez, o poder não pode prescindir da estupidez. Só pode haver poder se houver pessoas estúpidas, pois o poder é, por definição, totalitário, e só estúpidos se oferecem à escravidão. 

O estúpido não tem personalidade, é mentalmente cego, não tem vontade própria, é capaz de todo o mal, pois não reconhece a maldade. Os estúpidos são mais perigosos do que os bandidos mais malvados, por isso é que não há nada tão perigoso quanto um estúpido com poder. A solução: quando o governo ou o regime que se beneficia da estupidez coletiva entra em colapso. 

Logo, é o regime que tem que ser combatido, sem trégua, pois quando a cabeça tomba todo o resto vai junto, em efeito dominó. 

O comunismo vive da estupidez. Karl Marx, Lenin, Antonio Gramsci, Fidel Castro, Che Guevara, Hugo Chávez Maduro, Lula da Silva etc., todas essas hienas, vivas ou vampiras, sabem muito bem disso. Gramsci chamava aos estúpidos de idiotas úteis.

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