Ditador se exibindo: eles não passam de caixinhas de pose
RAY
CUNHA
BRASÍLIA, 12 DE ABRIL DE 2025 – Os ditadores são caixinhas de pose, são uns embustes, e são desmascarados pelas redes sociais. As pessoas pensantes sabem disso, muito bem, mas a massa, estúpida, não consegue raciocinar e faz vênia a essas bestas. É por isso que o mundo ainda é dominado pelos imbecis. Mas as redes sociais revolucionaram essa situação – disse Bond. – Ditaduras só são possíveis porque os estúpidos são maioria. Dos 8 bilhões de habitantes, talvez dois por cento tenha o terceiro olho aberto e somente um punhado de nós é que consigamos ver a realidade em sua plenitude. Isso não quer dizer que ao enxergar a realidade plenamente saibamos de tudo; não, sabemos apenas de coisas que têm a ver com o nosso planeta.
Alex ouvia-o. A noite era agradável ali no Boteco Belmonte. Ambos bebiam Papa Doble de rum Havana Club. Rum é feito de melaço, subproduto do refino de açúcar. Pode ser feito diretamente da cana-de-açúcar, mas a fumaça e o sabor do rum produzido a partir do melaço o torna especial. O melaço é misturado com água e fermento e destilado em alambiques revestidos de cobre. Finalmente, é envelhecido.
O Papa Doble foi criado pelo escritor americano Ernest Hemingway, conhecido como Papa, pelas mãos do barman Constantino Ribalaigua Vert, em Havana, Cuba, terra do rum, no bar La Floridita, onde Hemingway experimentou seu primeiro Daiquiri.
– Está bom, mas prefiro o meu com o dobro de rum e sem açúcar – pediu Hemingway a Constantino. – E um pouco de suco de limão!
Estava criado o Papa Dobro. Mais à frente, a receita original do Papa Doble recebeu marasquino, que é licor de cereja, e toranja ou grapefruit, fruta cítrica híbrida de laranja e pomelo.
Os homens estavam, agora, em silêncio. Apenas pensavam.
Informática vem do francês informatique, junção das palavras informação e automática. Refere-se ao conjunto das ciências e técnicas relacionadas à coleta, armazenamento, processamento e transmissão de informações nos meios digitais. A palavra informática surgiu em meados do século XX, estabelecida pelo cientista Philippe Dreyfus (1925-2018), que, por sua vez, se inspirou no termo alemão informatik, criado pelo alemão Karl Steinbuch (1917-2005). Em 1956, o engenheiro elétrico e teórico da informação Karl Steinbuch publicou o periódico Informatik: Automatische Informationsverarbeitung (Informática: processamento automático de informação). A máquina para isso seria o computador.
A primeira geração de computadores, de 1930 a 1958, utilizava relés, válvulas eletrônicas e quilômetros de fios, pesavam 30 toneladas, ocupava um espaço de 150 metros quadrados e tinham memória de 200 bits. O primeiro, Eniac (Electrical Numerical Integrator and Calculator), foi criado para o exército americano durante a Segunda Guerra Mundial. Na segunda geração, de 1959 a 1964, as válvulas eletrônicas foram substituídas por transistores, reduzindo consideravelmente o tamanho do computador. Também o consumo de energia e o calor foram reduzidos e a rapidez no processamento da informação aumentou. Na terceira geração, de 1964 a 1970, as válvulas e transistores foram substituídos por circuitos integrados. Na quarta geração, de 1971 até hoje, foram desenvolvidos microprocessadores e supercomputadores quânticos. No futuro, deveremos contar com biochips.
Hoje, a Inteligência Artificial (IA), máquinas que raciocinam como pessoas, está no dia-a-dia de todos. Supercomputadores podem analisar dados em escala e fazer previsões. A grande diferença entre inteligência artificial e humanos é que as máquinas não têm espírito nem emoções. Nesse contexto, podem, no máximo, desenvolver os cinco sentidos físicos. A Inteligência Artificial como ciência começou a ser desenvolvida na década de 1950, pelos pensadores Alan Turing e Herbert Simon, que se basearam no filósofo grego Aristóteles (384 a.C., Estagira, Grécia – 322 a.C., Cálcis, Grécia), que sonhava em substituir a mão-de-obra escrava por máquinas. Allan Turing acreditava que uma máquina possa pensar e imitar o comportamento humano inteligente e Turing se esforçou para tornar isso possível. O que há de prático, hoje, é que um telefone celular contém mais informações do que qualquer enciclopédia, e essas informações podem ser obtidas em questão de segundos. IA escreve até tese de doutorado para bandidos, mas também é capaz de cirurgias delicadíssimas a voos espaciais. Nas comunicações, é uma revolução e o terror dos ditadores.
A World Wide Web (Rede Mundial de Computadores), ou Internet, liga todo o mundo com voz, texto, imagens e vídeos, em tempo real, por meio de computadores e satélites. Trata-se de uma rede de bancos de dados presente no dia-a-dia das pessoas desde a última virada do século. Hoje, um hacker pode espionar qualquer pessoa no mundo inteiro em qualquer lugar e qualquer pessoa pode ser identificada pelo rosto por computadores que fazem uma varrição na vida pregressa delas.
O último avanço dessa história são as redes sociais virtuais, ou mídia social, na web, portais compostos por pessoas, de qualquer gênero, idade ou classe social, ou organizações que se relacionam de forma horizontal e descentralizada, compartilhando informações, conhecimentos e esforços em busca de objetivos comuns, fortalecendo a Sociedade Civil na sua participação democrática e mobilização social, daí porque os ditadores as querem amordaçadas. Hoje, há pessoas que vivem mais virtualmente do que realmente.
– A Intelligentsia já tem supercomputador quântico, o Terceiro Olho; resta-nos, agora, criar sensibilidade suficiente para o Terceiro Olho, por meio dos satélites de Elon Musk e dos telefones celulares, computadores e das câmeras em todo o planeta, além das redes sociais, conseguindo nos antecipar e neutralizar atos antidemocráticos – disse Bond.
Bond e Alex comeram bolinho de bacalhau, empadas de camarão com catupiry e siri, e polvo com arroz e brócolis. Dali do Boteco Belmonte, na Orla do Leme, no número 514 da Avenida Atlântica, tem-se uma visão da praia de Copacabana e do passa-passa no calçadão, acalentada pelo som do mar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário