Capa de O OLHO DO TOURO da edição da amazon.com
RAY CUNHA
BRASÍLIA, 19 DE ABRIL DE 2025 – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em perfil assinado pelo jornalista Jon Lee Anderson e publicado segunda-feira 7 na revista americana New Yorker, teceu a metáfora mais imbecil do atual festival de besteiras que assola o país: a pressão dos Estados Unidos só fará efeito se “porta-aviões chegar até o Lago Paranoá”, em Brasília.
Xandão, ou Big Alex, quis dizer que não tem medo de Donald Trump e de Elon Musk, que vai continuar censurando e prendendo. Que Donald Trump não se meta a besta. Nem a Espanha. Aliás, Trump está no mato sem cachorro, pois o presidente Lula da Silva também já disse para a imprensa adestrada que não tem medo da carantonha de Trump; que Trump manda lá nas branquelas dele.
– Se eles mandarem um porta-aviões, aí a gente vê. Se o porta-aviões não chegar até o Lago Paranoá, não vai influenciar a decisão aqui no Brasil – disparou Xandão, referindo-se ao lago de Brasília, descortinado do seu gabinete no STF.
Xandão é alvo de ações na Justiça dos Estados Unidos, acusado de determinar a remoção de contas de influenciadores de direita em redes sociais americanas.
A incontinência verbal do ministro não ficou somente nesse febeapá.
– Se Goebbels (ministro da propaganda de Hitler) estivesse vivo e tivesse acesso ao X (ex-Twitter) estaríamos condenados. Os nazistas teriam conquistado o mundo – declarou à New Yorker.
Suponhamos que os Estados Unidos tivessem realmente de invadir o Brasil. É claro que a ocupação seria extremamente difícil, dado o tamanho do país, o exército de selva brasileiro, considerado o melhor do mundo, e o sentimento nativista de grande parte da população, mas o poder de dissuasão do Brasil seria completamente imobilizado nos primeiros momentos.
Bastaria um porta-aviões americano para destruir instalações militares, parques industriais e usinas hidrelétricas, o USS George Washington, estacionado, digamos, ao largo de Belmonte, cidade da Bahia, localizada nos mesmos 15 graus de latitude sul de Brasília. Entre os aviões a bordo do GW há caças F-35C Lightning II e seus mísseis atingem longas distâncias.
Conta com dois lançadores de mísseis antiaéreos Sea Sparrow e atinge velocidade superior a 56 quilômetros por hora, movido por dois reatores nucleares Westinghouse A4W e quatro hélices de cinco pás cada uma. Pode navegar mais de 5,6 milhões de quilômetros sem ser reabastecido.
O USS George Washington (GW) é um porta-aviões nuclear da Marinha dos Estados Unidos de 333 metros de comprimento, 78 metros de largura e 74 metros de altura, com capacidade para 90 aeronaves e convés de voo de 18 mil metros quadrados, com quatro elevadores de 360 metros quadrados cada um para mover aviões entre o convés de voo e o hangar.
O GW desloca cerca de 97 mil toneladas, pode acomodar 6.250 tripulantes, produzir 1,5 milhão de litros de água potável e servir 18 mil refeições por dia. Tem mais de 2.500 compartimentos a bordo e capacidade de ar condicionado suficiente para resfriar mais de 2 mil residências.
Quanto ao sentido figurado usado por Xandão, de que a Justiça dos Estados Unidos (porta-aviões) não o alcançará (Lago Paranoá), está errado. Para esse tipo de conflito Trump conta com tecnologia muito superior e mais eficiente do que um porta-aviões nuclear e um general especial: Elon Musk.
Jon Lee Anderson traçou um perfil de Alexandre de Moraes e
eu mostro o que está acontecendo hoje no Brasil, com todos os protagonistas,
vivos ou mortos, deste teatro de horror, nos livros O CLUBE DOS ONIPOTENTES e O
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